Meio ambiente e energia

Audiência discute impactos ambientais da obra da usina hidrelétrica de Estreito

Quem quiser poderá participar do debate pela internet.

15/10/2013 - 09:39  

A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável realiza hoje, a partir das 14 horas, audiência pública para avaliar os impactos ambientais decorrentes da implantação da usina hidrelétrica de Estreito.

O objetivo é averiguar as denúncias da Associação dos Atingidos pela Barragem de Estreito (AABE) e da Associação Carolina Transparência e Cidadania (CTC) de que os impactos socioambientais decorrentes da elevação do lençol freático, em função do enchimento do lago artificial, estão afetando diretamente as populações locais.

“Queremos obter informações sobre o cumprimento das condicionantes das licenças ambientais e quanto às providências que estão sendo efetivadas pelo consórcio”, explicou o deputado Sarney Filho (PV-MA), que é coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista.

Entre os problemas causados pela elevação do lençol freático está a formação de áreas úmidas e alagadas, que influenciam a produtividade dos aquíferos; e a exposição das águas subterrâneas à contaminação.
Para a zona rural, o risco imediato é o da perda da capacidade de realizar atividades agrícolas, comprometendo a subsistência e a economia local.

“Os dados que recebemos indicam que a situação atinge os municípios de Carolina (MA) e de Palmeirante (TO). As estruturas das edificações, bem como os sistemas individuais de tratamento de esgoto ficam comprometidos”, explicou Sarney Filho.

Usina Hidrelétrica de Estreito
A usina de Estreito, construída pelo Consórcio Estreito Energia (Ceste), foi inaugurada em outubro do ano passado. O empreendimento faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento e está localizado no rio Tocantins, na divisa do Maranhão e do Tocantins. A barragem e demais estruturas associadas estão nos municípios de Estreito (MA) e de Aguiarnópolis e Palmeiras do Tocantins (TO).

A hidrelétrica tem uma capacidade total de 1.087 MW de energia, o suficiente para atender a demanda de uma cidade com 4 milhões de habitantes.

Debatedores
Foram convidados para o debate:
- Luiz de Salles Neto, representante da Associação dos Atingidos pela Barragem de Estreito (AABE) e da Associação Carolina Transparência e Cidadania;
- a diretora de Licenciamento Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Gisela Damm Forattini;
- o gerente de Regulação da Agência Nacional de Águas (ANA), André Raymundo Pante;
- o presidente do Instituto Natureza de Tocantins (Naturatins), Alexandre Tadeu de Moares Rodrigues,
- o secretário-adjunto de Licenciamento da Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, José Jânio Lima;
- o presidente da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (Abas), Waldir Duarte Filho;
- o gerente-geral do Consórcio Estreito de Energia, João Rezek; e
- a ambientalista Carolina Deijacy Silva Rego.

Participação popular
Quem quiser poderá participar vitualmente do debate, por meio do portal e-Democracia.

A audiência será realizada no Plenário 8.

Da Redação/DC

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