Educação, cultura e esportes

Dirigentes de atletismo e de judô apostam em mais medalhas com incentivos para Olimpíadas

17/09/2013 - 21:14  

Alexandra Martins / Câmara dos Deputados
Audiência pública sobre os planos e programas de incentivo e descobertas de novos talentos para as Olimpíadas no Rio de Janeiro em 2016. Coordenador Técnico Nacional da Confederação Brasileira de Judô, Robnelsom Felix Ferreira
Robnelson Ferreira: os recursos federais estão aumentando a presença de atletas de outros estados nas competições.

Os dirigentes das confederações brasileiras de atletismo e de judô elogiaram, nesta terça-feira, os programas do governo federal para a formação e a descoberta de novos talentos esportivos, em audiência pública da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados.

Entre as alternativas de financiamento público de esportistas, eles ressaltaram o programa bolsa-atleta, maior fonte de patrocínio individual de atletas do mundo. O programa garante renda mensal de R$ 370 a R$ 3,1 mil a competidores de alto rendimento que se destacam em modalidades olímpicas e paraolímpicas. Neste ano, o programa vai distribuir R$ 180 milhões para mais de 5 mil atletas.

O coordenador técnico nacional da Confederação Brasileira de Judô, Robnelson Ferreira, afirmou que os recursos federais estão aumentando a presença de atletas de outros estados nas competições. "Hoje se vê uma seleção de sub-21 com atletas do Norte e do Nordeste. Só isso, creio eu, já é um bom parâmetro para dizer que a democratização desse investimento possibilitou o que, no passado, era impossível”.

O dirigente acrescentou que os atletas eram iminentemente de São Paulo e do Rio de Janeiro. “Vinham 70% de São Paulo e 30% do Rio, ou 70% de São Paulo, 20% do Rio e 10% de outros estados."

Robnelson Ferreira ainda destacou que hoje 60% a 70% dos recursos da Confederação Brasileira de Judô vêm dos programas de incentivo ao esporte do governo federal. Nos últimos três anos, a confederação distribuiu 2500 passagens aéreas para judocas em todos os estados.

Alexandra Martins / Câmara dos Deputados
Audiência pública sobre os planos e programas de incentivo e descobertas de novos talentos para as Olimpíadas no Rio de Janeiro em 2016. Presidente da Confederação Brasileira de Atletismo, José Antônio Martins Fernandes
José Fernandes: até as Olimpíadas, a confederação espera desenvolver ações junto a 3 milhões de alunos.

Atleta na Escola
O presidente da Confederação Brasileira de Atletismo, José Antônio Martins Fernandes, chamou a atenção para a importância de se investir no esporte desde a fase escolar. Até os Jogos Olímpicos de 2016, a confederação espera desenvolver ações junto a 3 milhões de alunos em todo o País por meio do programa do governo federal Atleta na Escola. José Fernandes lembrou que o Brasil já ganhou 14 medalhas olímpicas em atletismo ao longo da história.

José Fernandes criticou, no entanto, o currículo de educação física nas escolas, que considera ultrapassado "Não há um desenvolvimento do lado prático das modalidades esportivas nas escolas, por isso não têm contribuído para a revelação de novos atletas. Muitas [escolas] não têm espaço físico condizente. Esse é um fator, mas, mesmo sem espaço físico, você pode adaptar e incentivar as crianças, fazendo brincadeiras e uma série de coisas para ensinar como praticar esporte."

O dirigente criticou ainda o baixo número de pistas de alto rendimento no Brasil, que conta com 30 a 40 pistas. Ele citou o exemplo dos Estados Unidos, em que todas as universidades possuem pelo menos uma pista de atletismo.

Rendimento
Já o deputado que sugeriu o debate, Renato Andrade (PP-MG), questionou se os programas de incentivo ao esporte do governo federal realmente vão garantir que o Brasil tenha um desempenho melhor nas próximas olimpíadas. "Para quem está organizando uma olimpíada, acho que nos esquecemos de preparar nossos atletas, de dar espaço a novos atletas e à descoberta de novos talentos. Os investimentos nesse sentido, na minha opinião, foram muito pouco."

Projetos em tramitação
No início deste mês, a Comissão de Turismo e Desporto aprovou dois projetos de lei de incentivo ao esporte. O primeiro (PL 5036/13) aumenta de 1% para 4% o percentual de dedução do imposto de renda para as empresas patrocinadoras de projetos esportivos, e o segundo (PL 1516/11) amplia os recursos para atividades esportivas desenvolvidas na educação básica da rede pública de ensino.

Da Reportagem – RCA
Colaboração - Ricardo Viula

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