A Câmara dos Deputados inaugura na quarta-feira (2/4) a exposição "Outras Brasílias: memórias sensíveis e contranarrativas", em referência aos 65 anos da inauguração da capital federal, celebrados em 21 de abril. A mostra reúne textos, mapas, vídeo e fotos que retratam a diversidade de povos e de lutas que moldaram a cidade. Iniciativa do Centro Cultural Câmara dos Deputados, a exposição seguirá aberta ao público até 29 de abril, no Espaço do Servidor, no Anexo 2 da Casa. A entrada é gratuita.

De acordo com a professora Cristiane de Assis Portela - coordenadora da pesquisa Outras Brasílias, da Universidade de Brasília (UnB), e curadora da exposição - a história oficial do Distrito Federal conta que a transferência da capital para o interior era uma ideia antiga, viabilizada por condições políticas favoráveis e estudos sobre sua localização. Para ela, a versão oficial pode dar a entender que, em meados do século XX, o Planalto Central era um território completamente vazio. No entanto, povos indígenas, comunidades quilombolas e outros grupos já habitavam o local muito antes da construção de Brasília.

A pesquisadora explica ainda que a edificação da cidade foi marcada por desigualdades sociais e contradições. Para ilustrar esses pontos, a exposição destaca alguns episódios históricos sensíveis, como o massacre da Guarda Especial de Brasília (GEB) na Vila Planalto, em 1959; a luta pela bomba d’água por mulheres de Taguatinga, em 1960; a luta dos Incansáveis da Ceilândia por direito à moradia, em 1978; o incêndio na Cidade Livre (atual Núcleo Bandeirante) no mês seguinte à inauguração de Brasília; e a manifestação de trabalhadores apelidada de “Badernaço”, em 1986.

Serviço

Exposição Outras Brasílias: memórias sensíveis e contranarrativas

Visitação: até 29 de abril de 2025, de segunda a sexta, das 9h às 17h

Local: Espaço do Servidor — Câmara dos Deputados, Anexo II

Entrada franca