Fadiga causa 20% dos acidentes aéreos, dizem pilotos
Livinha Veras/Gabinete da Deputada Clarissa Garotinho
Raul Bocces (esq.), Tiago Rosa, Clarissa Garotinho e Adriano Castanho na discussão do PL 8255
As informações foram apresentadas na mesa-redonda que a Comissão de Viação e Transportes (CVT) da Câmara dos Deputados realizou nesta sexta-feira (10), no Rio de Janeiro, sobre o projeto de lei 8255/2014, que regulamenta a profissão de aeronauta.
"Eu acredito que um passageiro pensaria duas vezes em pegar o avião se soubesse que o comandante passou a semana toda voando de madrugada", disse a deputada federal Clarissa Garotinho (PR-RJ), presidente da CVT e relatora do projeto.
Convidado para a mesa-redonda, o especialista em risco da fadiga na aviação Raul Bocces foi claro: "O sono que recupera é o da noite". Segundo ele, de 10 cada acidentes aéreos registrados no mundo, dois são provocados pelo cansaço dos tripulantes.
Hoje, os aeronautas têm oito dias de folga por mês. "Nos Estados Unidos, as empresas aéreas oferecem de 11 a 15 dias de descanso por mês", afirmou o diretor do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Tiago Rosa.
O SNA defende um mínimo de 11 folgas mensais. "Um descanso maior equivale a ter um 'airbag' ou um freio ABS: mais segurança para quem pilota e para quem é passageiro", explicou o presidente do sindicato, Adriano Castanho.
A atual legislação é de 31 anos atrás. As mudanças devem trazer aumento de despesas, mas as companhias aéreas não enviaram representantes para a discussão do projeto no Rio. "Vamos fazer uma audiência pública no próximo dia 22, em Brasília, a grande oportunidade para todos os lados se manifestarem", anunciou Clarissa.
Assessoria de Comunicação
Deputada Clarissa Garotinho