Turismo, fonte de boas notícias
Walfrido Mares Guia
O turismo caminha a passos largos para se tornar uma das principais atividades econômicas do Brasil. Hoje, o país cresce acima da média mundial no setor e já aparece com destaque em alguns dos principais rankings internacionais. E as perspectivas são animadoras: projeções indicam que o turismo, como outros mercados na área de serviços, será, cada vez mais, importante vetor de desenvolvimento e geração de empregos e renda em todas as nossas regiões.
O desempenho do turismo no Brasil nos últimos anos chama a atenção. De acordo com a 3ª Pesquisa Anual de Conjuntura Econômica do Turismo, divulgada pelo Ministério do Turismo em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, o faturamento das 80 maiores empresas do setor somou R$ 29,6 bilhões no ano passado, o que representa crescimento médio de 29,3%. O impacto sobre os empregos não pode ser negado: incremento de 21,6% no número de postos de trabalho. E para 2007 os empresários ouvidos na pesquisa prevêem aumento de 14% no quadro de pessoal e de 29,8% no faturamento.
O setor registra também cinco anos seguidos de recordes na geração de divisas em moeda forte. Em 2006, os visitantes estrangeiros gastaram no país US$ 4,3 bilhões, um aumento de 11,78% sobre a receita de 2005 e de 116,02% sobre o apurado em 2002. Vale lembrar que nenhum outro governo havia registrado mais do que US$ 2 bilhões de receita cambial turística em um determinado ano. Com esse resultado, o turismo ganhou posição de destaque na balança comercial, figurando como nosso quinto “produto” de exportação.
Em relação à geração de empregos, o setor se destacou nos últimos quatro anos. De 2003 a janeiro de 2007, o turismo criou 305 mil empregos formais diretos e, pelo menos, mais 600 mil indiretos. Isso significa um total de quase 1 milhão de novos postos de trabalho.
Não há dúvida, portanto, de que o turismo vive uma etapa histórica, iniciada há quatro anos. Até então agregado a outros ministérios, o setor passou a ter um ministério exclusivo, com orçamento próprio e, sobretudo, com espaços institucionais democráticos de discussão e gestão nacional e internacional. Com nova estrutura e ações segmentadas e planejadas a partir do Plano Nacional do Turismo, o ministério trabalhou com afinco na construção e reforço de uma rede de articulações que agrega estados, municípios, setor privado, organizações não-governamentais, academia e trabalhadores.
O ministério contou ainda com recursos suficientes para a realização de importantes investimentos no setor. O orçamento saltou de R$ 135 milhões no início, em 2003, para cerca de R$ 1,8 bilhão este ano, para aplicação em promoção, qualificação, capacitação e infra-estrutura. Com isso, o total de investimentos somou mais de R$ 2,2 bilhões nos últimos quatro anos.
A estruturação do ministério permitiu também o desenvolvimento de uma política articulada de promoção do Brasil no exterior, o que nos ajudou a ganhar competitividade internacional. Por meio da Embratur, o governo implementou abrangente programa para o país — o Plano Aquarela — que definiu os caminhos para as ações de divulgação, marketing e apoio à comercialização dos destinos, produtos e serviços turísticos brasileiros nos próximos anos.
Foi assim, por exemplo, que o Brasil ganhou nada menos do que 10 posições no ranking dos países que mais atraem eventos no mundo, um mercado extremamente disputado. De acordo com a International Congress and Convention Association (ICCA), principal entidade internacional do setor de congressos e convenções, o país saltou do 21º lugar em 2002 para o 11º em 2005. Ainda há muito a fazer, mas estamos no rumo correto. O turismo finalmente se tornou uma política de Estado e será cada vez mais fonte de boas notícias para todos
Fonte: Correio Braziliense