Presidente da CBF, que recusou ajuda do governo para construir estádios, explicou como o País terá de formular o projeto para receber o Mundial

RIO - Em seminário sobre a Copa do Mundo de 2014, realizado no Rio de Janeiro, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, destacou nesta quarta-feira cinco pontos fundamentais que devem estar no projeto que o Brasil enviará para a Fifa até 31 de maio, último dia estabelecido pela entidade internacional para a apresentação dos detalhes do planejamento para sediar a competição.
Com a presença de representantes dos estados pré-candidatos a sediar jogos do Mundial, Teixeira contou que o primeiro ponto do projeto tem de estar voltado para a área social. "A Copa do Mundo é um evento que está muito além de um evento esportivo", contou o presidente. "O Mundial serve para gerar empregos e renda. Com uma imagem positiva do País, aumentaremos o número de turistas e aqueceremos a economia."
Para isso, Teixeira destacou o segundo ponto, referente à união de esforços entre os Poderes. "Todos têm de trabalhar numa única direção. Precisamos criar um ambiente nacional que mobilize a nação. Esse é um dos fatores mais conceituados pela Fifa e será decisivo para nossa candidatura. Por isso tenho me empenhado em buscar apoio de todos os seguimentos políticos."
Mãos limpas
Teixeira destacou como terceiro fator a transparência. Para ele, tudo terá de ser feito às claras, com prestação de contas. "Não teremos preferência por nenhuma empresa. Assim, quero deixar claro que somente falarão sobre a Copa as pessoas devidamente credenciadas no Comitê Organizador. Temos de descartar os interlocutores, pois não há informalidade."
Cumprir em detalhes as exigências da Fifa foi apontado como outro dos fatores fundamentais para a aprovação do projeto. "O presidente da Fifa [Joseph Blatter] fez um alerta claro e específico, ao dizer que teríamos de concorrer como se tivéssemos cinco ou seis adversários. Apesar de sermos o único candidato [a Colômbia desistiu], temos de estar cientes de que nossa responsabilidade aumentou. Queremos chegar vencedores ao final do processo [que será em novembro]."
Sem dinheiro público?
Como último ponto do projeto, Teixeira destacou a Iniciativa Privada. O presidente afirmou que o governo não terá de gastar nenhum centavo na confecção dos estádios. "Todos os governantes estão dispensados de contribuir [financeiramente] com a candidatura. Numa Copa, cada seleção paga sua estadia. Já os campos terão de receber investimentos privados. O único trabalho do governo será em oferecer transporte público de qualidade, saúde e outras coisas básicas."