Seminário debate a inserção do espírito olímpico na educação
O diretor do Departamento do Esporte de Base e de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, André Arantes, informou que os ministérios da Educação e do Esporte vão atuar em conjunto para aumentar o tempo da prática esportiva dos alunos nas escolas. Segundo informou, além das duas horas semanais de aulas de educação física normalmente oferecidas nos colégios, os alunos devem ter a oportunidade de fazer esportes no turno inverso e para tanto terão que ser contratados mais professores, que vão ser capacitados em áreas específicas, como judô, atletismo e natação.
"Por outro lado, no turno oposto poderemos contemplar tanto os estudantes que desejam fazer uma atividade de lazer como se estivessem em uma academia, quanto aqueles que pretendem treinar uma modalidade a sério", destacou.
Os ministérios da Educação e do Esporte também querem incentivar ainda mais a participação dos estudantes nas competições esportivas escolares da própria cidade, do estado, e em nível nacional e internacional. Outro ponto que está sendo discutido é o estímulo ao atletismo nas escolas.
Em sua exposição, o presidente da Comissão de Educação Física Escolar do Conselho Federal de Educação Física (Confef), Ricardo Catunda, apresentou o painel "Redução das Aulas de Educação Física e as Consequências na Capacidade Cognitiva de Escolares e Formação da Cultura Esportiva" no qual destacou que o grande desafio da escola hoje será fugir do viés ideológico do professor que torna o sucesso acadêmico insignificante, mostrando que uma pesquisa da Unesco detalha que só 8,9% dos professores indicaram "proporcionar conhecimentos básicos" como uma das finalidades importantes da educação.
O tema "Formar cidadãos conscientes" ficou com 72,2% das preferências.
Para Ricardo Catunda, a Educação Física trata-se de uma tarefa complexa que exige da escola um movimento que ultrapasse temas, conteúdos e programas. "A boa escola precisa fazer com que os alunos possam usar esses conhecimentos, como ferramenta para desenvolver sua própria capacidade de pensar", disse, ressaltando que as atividades corporais na educação estimula o raciocínio, prazer no aprendizado, vivência de conflitos, concentração e participação, além de experiências práticas do cotidiano.
Catunda concluiu alertando que a busca deve ser a de uma sociedade humanizada e com políticas públicas não improvisadas, profissionais de Educação Física qualificados e o reconhecimento do esporte como um bem e um direito, porque só a partir daí, podemos começar a transformação do potencial olímpico brasileiro em busca de se conquistar a realidade de ser uma potência Olímpica.
Na condição de debatedor, o presidente do Conselho Federal de Educação Física, Jorge Steinhilber, lamentou que alguns estados estejam diminuindo a carga horária da educação física nas escolas. Segundo disse, o governo federal tem desenvolvido "projetos desarticulados" na área de saúde e bem-estar, sem preocupação com resultados efetivos para a população.
Steinhilber criticou especificamente o Programa Academia da Saúde, do Ministério da Saúde, e o Programa Mais Educação, do Ministério da Educação. Segundo o dirigente, alguns integrantes dos ministérios defendem que, nesses projetos, as atividades físicas sejam ministradas por agentes comunitários de saúde ou pessoas que tenham praticado esporte - não, necessariamente, profissionais habilitados em educação física. "Isso representa um descaso com a qualidade e com a sociedade menos favorecida", avaliou.
O presidente do Sindicato de Academias e representante da Confederação Nacional de Serviços para o Setor de Academias e Similares, Gilberto José Bertevello, lembrou que, atualmente, as parcelas da população que mais têm procurado as academias são idosos e adolescentes obesos. "Teríamos menos trabalho para colocar esses adolescentes em forma física, se tivesssem mais estímulo nos colégios. Além da educação física, é importante que se abra espaço para as competições esportivas dentro do ambiente escolar.
Ele criticou especificamente o Programa Academia da Saúde, do Ministério da Saúde, e o Programa Mais Educação, do Ministério da Educação. Segundo o dirigente, alguns integrantes dos ministérios defendem que, nesses projetos, as atividades físicas sejam ministradas por agentes comunitários de saúde ou pessoas que tenham praticado esporte - não, necessariamente, profissionais habilitados em educação física. "Isso representa um descaso com a qualidade e com a sociedade menos favorecida", avaliou.
O coordenador da Frente Parlamentar da Atividade Física, deputado João Arruda (PMDB-PR), afirmou que o objetivo do seminário e de outros encontros promovidos pela Comissão de Turismo e Desporto em vários estados é fazer com que as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, contribuam para estabelecer uma cultura de práticas esportivas no País. Ele espera que essa nova dinâmica vá além da construção de arenas e estádios e de toda a infraestrutura que envolve a competição.
Luiz Paulo Pieri (Com agência Câmara)
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