Rio 2016: meta do COB é classificar o Brasil entre os 10 primeiros
Akimi Watanabe
Deputado Jonas Donizette (ao centro), presidente da CTD, em audiência pública sobre os Jogos Olímpicos que contou com a presença do presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman (2º esquerda para direita)
O deputado Valadares Filho (PSB-SE) disse ter ficado impressionado com a apresentação, mas ponderou que o planejamento COB está focado nos Jogos Olímpicos de 2016, em detrimento dos Jogos do ano que vem, em Londres. Em resposta, Marcus Vinícius Freire informou que a previsão é que o número de medalhas em 2012 seja semelhante ao de Pequim - 15 medalhas. O chefe da delegação dos Jogos em Londres, ex-atleta Bernard Rajzman, participou da audiência, mas não se pronunciou.
Outra preocupação, levantada por vários parlamentares, entre eles, o deputado André Figueiredo (PDT-CE), se referiu à formação de atletas e as medidas que estão sendo tomadas para que o País melhore sua posição no ranking olímpico. A este questionamento, Nuzman respondeu que as Olimpíadas Escolares, que terminam no próximo dia 18, são uma ótima oportunidade para descobrir jovens talentos no esporte. O evento, que neste ano ocorre em João Pessoa (PB), é organizado pelo COB em parceria com o Ministério do Esporte e a Rede Globo.
Nuzman lamentou, no entanto, o fato de a maioria das modalidades não ter um centro olímpico de treinamento, o que dificulta o desenvolvimento de novos atletas. "Hoje, há vilas olímpicas em várias cidades, mas se um atleta regional não tiver recursos próprios, fica muito difícil seu treinamento em nível nacional", disse.
Custos
O diretor-geral dos Jogos Olímpicos de 2016, Leonardo Gryner, informou que o custo inicial, conforme estimativa feita em outubro de 2008, para organizar o evento no Rio de Janeiro é de 2,8 bilhões de dólares (cerca de R$ 4,7 bilhões), sendo que 45% desse valor viriam da iniciativa privada, 24% do setor público e 31% do Comitê Olímpico Internacional (COI). Até o momento, acrescentou ele, já foram fechados cinco contratos de patrocínios privados para os Jogos.
No quesito transparência - outra preocupação levantada pelo deputado Vicente Cândido (PT-SP), ao lembrar as contas questionadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) dos Jogos Panamericanos de 2007, Gryner garantiu que a empresa KMG vem fazendo auditorias semestrais visando a boa aplicação dos recursos. Para Nuzman não houve superfaturamento nas contas do Pan 2007. "Os Jogos Panamericanos de 2007, embora mal falados, foram a porta de entrada para conquistar 2016 e, além disso, 47% do seu legado está sendo usado agora para o planejamento de 2016", disse.
O deputado Romário, que acompanhou a audiência por mais de três horas, levantou três questões. A primeira, sobre a chance de o futevôlei ser incluído nas modalidades olímpicas. Para que isso aconteça, Nuzman informou que o caminho é procurar a Fifa e se colocou à disposição para qualquer ajuda. O presidente da CTD, deputado Jonas Donizette (PSB-SP) disse que o colegiado vai apoiar as iniciativas do ex-jogador neste sentido.
A violação de direitos humanos nas desapropriações para as obras dos Jogos do Rio 2016 foi outro tema levantado por Romário. Segundo Gryner, todas as desapropriações tem sido feitas na Justiça, mediante acordos. O COB desqualificou relatório da conselheira de direitos humanos da ONU, Raquel Rolnik, pedindo ao Brasil a interrupção das desapropriações.
Sobre acessibilidade, outro tema sempre lembrado pelo deputado Romário, o COB garantiu que todos os equipamentos em construção para os Jogos do Rio, inclusive o metrô, seguem o manual do COI que estabelece a garantia desse direito às pessoas com dificuldades de locomoção.
Números
De acordo com Gryner, as competições contarão com 11 mil atletas, de 205 países, 21 mil jornalistas credenciados, e mais 10 mil avulsos (não credenciados), além de 90 mil trabalhadores voluntários. A expectativa é que sejam vendidos 6,5 milhões de ingressos, e mais de 5 mil horas de competições sejam televisionadas.
O diretor-geral afirmou também que as Olimpíadas estarão concentradas em quatro regiões do Rio: Deodoro, Maracanã, Copacabana e Barra da Tijuca (bairro que sediará 55% das disputas). "Haverá um anel de transporte entre essas localidades e corredor específico para deslocamento dos atletas", disse.
Acomodações
O deputado Valadares filho questionou o COB sobre o número de leitos para atender ao aumento do número de turistas em 2016. Segundo Gryner, será necessário o uso de navios durante os Jogos. "Há um acordo em andamento neste sentido com as empresas de cruzeiros", disse. A estimativa é de que pelo menos 8.500 cômodos sejam reservados nos navios que ficariam atracados na cidade. O Comitê Olímpico Internacional (COI) exige que a cidade-sede tenha 40 mil leitos para serem ocupados pela chamada "família olímpica", que inclui não só visitantes, como também atletas, técnicos e jornalistas . A proposta do Rio, no entanto, foi de 48 mil com previsão da construção de quatro vilas olímpicas (duas na Barra, uma em Deodoro e outra no Maracanã), com capacidade total de 25 mil cômodos. Além disso, dos 26 mil quartos da rede hoteleira da cidade, 13 mil e outros 1.700 em apart-hotéis já estão previamente reservados para a família olímpica.
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