Projetos para pessoas com Down e outras deficiências intelectuais comemoram 1ºano de sucesso

09/02/2010 05h00

Carla Belizária

 

Em São Paulo, "Karatê para Pessoas com Síndrome de Down" e "Taekwondo para Jovens com Deficiência Intelectual" são projetos esportivos que receberam recursos no valor de R$ 910 mil em 2009, por meio da Lei de Incentivo do Ministério do Esporte. As atividades, que contemplaram mais de 100 jovens com Síndrome de Down e com deficiência intelectual durante um ano serão encerradas com uma grande solenidade às 10h deste sábado (6), durante cerimônia, no Ginásio Esportivo Mané Garrincha, na Rua Pedro de Toledo, 1651, no bairro Ibirapuera, na capital paulista. O evento contará com a presença de autoridades locais e estadual, estudantes e pais de alunos.

 

Ambos os projetos são 100% gratuitos aos participantes com idade entre cinco e 34 anos. As duas modalidades tidas como artes marciais têm metodologia de trabalho focada sempre nos aspectos sociais, cognitivos e motores. O projeto de Karate contou com patrocínio exclusivo do Grupo EDP Energias do Brasil com recursos no valor de R$ 390 mil. Já o Taekowndo recebeu R$ 520 mil de seis patrocinadores. São eles: Oi Futuro, Syngenta, Mapfre, CBSS – Visa Vale, Price Water House Coopers e Banco Daycoval.

 

A chegada desses projetos envolvendo a ferramenta do esporte por meio da prática de artes marciais marca uma nova etapa na Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), Instituto Olga Kos. Desde a sua fundação em 2007, a entidade trabalhava apenas a inclusão cultural. Graças aos recursos do beneficio fiscal de patrocinadores os jovens com deficiência intelectual foram colocados frente a frente com outros praticantes em academias de São Paulo, proporcionando uma rara e importante integração.

 

Foi o que aconteceu com uma jovem de 19 anos, portadora de Síndrome de Down, Mayra Maico Cruz Akamatsu que em poucos meses participando das atividades, apresentou melhoras na coordenação motora e no equilíbrio, adquirindo mais segurança. Sua mãe Margarete Cruz Akamatsu, 50, conta que Mayra está mais independente, confiante e disposta a ajudá-las nas tarefas de casa. "Ela aprendeu a pular, uma ação que a maioria dos portadores de Down não consegue fazer", revela emocionada.

 

Já o professor e proprietário de academia de Taekondo, José Roberto Lira, os resultados mais que positivos adquiridos pelos jovens especiais por meio do esporte são motivo de muito orgulho. "Até fiquei surpreso com o grupo", disse, ao ressaltar que as mudanças aconteceram mais rápido do que esperava.

 

Segundo a diretora-geral do IOK, Paula Ayub, de 46 anos, o esporte auxilia no crescimento do potencial dos portadores de deficiências e educa para a vida. "Além de estimular o desenvolvimento das capacidades motoras e das habilidades do aluno deficiente, o projeto é uma oportunidade para que eles se relacionem em um ambiente coletivo", afirmou.

 

As atividades funcionam em quatro núcleos de atendimento sendo três unidades na capital paulista e um em Diadema, região metropolitana. Os favorecidos recebem ainda uniforme (kimonos e dobok), agasalho, camisetas, chinelos de dedo, mochila, lanche com suco, frutas, barra de cereal e biscoito.

 

Os jovens beneficiados nos projetos tanto do karatê quanto do taekwondo foram acompanhados por uma equipe de profissionais altamente especializados. Desde o ato da inscrição eles receberam cobertura gratuita de toda estrutura médica pelos dois projetos, composta por professores de Educação Física Adaptada, psicólogos e médicos do esporte que fizeram a avaliação física total, incluindo, ainda, exames laboratoriais e de imagem.

 

Expectativa para 2010

De acordo com a diretora Operacional do Olga Kos, Maisa Signora, o projeto teve a continuidade aprovada pelo Ministério do Esporte mas ainda não conseguiram o patrocínio em sua totalidade necessário para a continuação dos projetos em 2010. "Quem puder nos ajudar, tanto empresas quanto pessoa física poderão nos contatar no telefone (11) 308109300 ou e-mail projetos@institutoolgakos.org.br", orienta ao frisar que "a continuidade do projetos depende do compromisso da sociedade mediante participação da iniciativa privado"

Fonte: Ascom – Ministério do Esporte