Presidente da CBF descarta possibilidade do Brasil perder o direito de realizar a Copa de 2014

Em audiência pública na Comissão de Turismo e Desporto, presidente da CBF garante que a Copa só não acontecerá no país se os compromissos com a FIFA não forem cumpridos.
27/05/2010 13h35

Akimi

Presidente da CBF descarta possibilidade do Brasil perder o direito de realizar a Copa de 2014

Em audiência pública na Comissão de Turismo e Desporto, presidente da CBF garante que a Copa só não acontecerá no país se os compromissos com a FIFA não forem cumpridos.

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local da Copa de 2014 (COL), Ricardo Teixeira, descartou hoje, em audiência pública na Comissão de Turismo e Desporto da Câmara, presidida pela deputada Professora Raquel Teixeira, qualquer possibilidade de a FIFA retirar do Brasil o direito de sediar o evento.

Para Ricardo Teixeira, só há uma possibilidade de a Copa do Mundo de 2014 não acontecer no Brasil: não ser aprovado o projeto de lei que o Poder Executivo enviou ao Congresso, hoje, definindo isenção de tributos para a FIFA e seus parceiros comerciais, conforme estabelecido no Caderno de Encargos assinado no primeiro semestre de 2007 pelo presidente Lula.

O presidente da CBF e do COL também rejeitou a hipótese de o número de cidades-sedes definidas para acolher os jogos da competição ser reduzido. De acordo com ele, uma cidade só perderá a condição de ser sede da Copa de 2014 caso não ateste viabilidade financeira para realizar as obras necessárias para adequar seu estádio às exigências da FIFA.

Em relação, especificamente, ao estádio do Morumbi, Ricardo Teixeira afirmou que ele já foi considerado em condições de sediar jogos semi-finais da competição. Quanto ao local onde será realizado o jogo de abertura da Copa de 2014, o presidente da CBF garantiu que ainda não está determinado. Assim como não foi definido o destino da decisão do Mundial do Brasil.

A respeito do Maracanã, o presidente do COL da Copa de 2014 admitiu que há, ainda, dificuldades para enquadrar o estádio nas exigências da FIFA, em virtude de ser tombado. Responsável pelo planejamento dos estádios que acolherão os jogos do evento, Carlos da la Corte informou, no entanto, que o projeto do Maracanã foi liberado ontem (terça-feira 25).

Quanto ao atraso para o início das obras, Ricardo Teixeira disse que o Brasil está dentro do limite, mas ressaltou que as cinco cidades-sedes que desejarem receber os jogos da Copa das Confederações terão de terminar as obras em seus estádios em dezembro de 2012 ou, no máximo, no início de 2013. Em seguida, esclareceu: "Os estádios terão que estar prontos pelo menos seis meses antes da Copa das Confederações".

Organização

Para organizar a Copa de 2014, o Comitê Organizador Local receberá da FIFA US$ 430 milhões para as despesas necessárias. Essa será a única fonte de receita. Quanto aos patrocinadores da Copa de 2014, farão contratos diretamente com a FIFA, que não beneficiarão o COL.

Em relação ao papel primordial do Estado brasileiro na Copa de 2014, Ricardo Teixeira salientou que lhe cabe assegurar toda a infra-estrutura necessária à realização do evento.

Para ter o direito de sediar o Mundial de Futebol, o presidente Lula deu garantias formais à FIFA , comprometendo-se a realizar todas as mudanças legislativas necessárias para a organização do evento. Ao total, são onze garantias.

Essas facilidades referem-se a concessão de vistos de entrada e saída no país; relações de trabalho; importação e exportação; questões tributárias; segurança; câmbio; imigração, alfândega e check-in; direitos comerciais; hinos e bandeiras nacionais; garantia de indenização; e telecomunicações.

Em relação às cidades-sedes, o presidente da CBF disse que elas tem, acima de tudo, três obrigações: garantir a "zona de exclusão" ao redor dos estádios; garantir transporte adequado, funcionamento do comércio e dos bares durante a noite em dias de jogo fora da "zona de exclusão"; assegurar energia elétrica, segurança e respeito ao meio ambiente; e suspender obras que interfiram diretamente na realização da competição.

Quanto aos estádios das cidades-sedes, Teixeira informou que serão de uso exclusivo da FIFA pelo período de 20 dias, 15 dias antes da primeira partida e cinco dias depois do último jogo programado. Quanto à exploração e segurança, são de responsabilidade da FIFA e do COL. Já reparos e manutenção competem ao proprietário do estádio. Ele ressaltou ainda que o estádio tem de ser entregue livre de qualquer publicidade.

Sobre comercialização de ingressos e de hospedagem, o presidente da CBF e do COL informou que a contratação de "pacotes" será realizada por empresas credenciadas pela FIFA. Para garantir habitações capazes de atender a demanda internacional, Teixeira informou que os hotéis assinam contratos com a empresa credenciada para assegurar 80% de seus quartos para os torcedores. Especificamente em relação à venda de ingressos, a FIFA estabelecerá a política de comercialização até 2012.