RIO - Uma disputa entre fornecedores já provoca um atraso de pelo menos três meses na fabricação e no fornecimento de cerca de nove mil pistolas calibre 40 para armar os soldados da Força Nacional de Segurança (FNS) que atuarão durante os Jogos Pan-Americanos (de 13 a 29 de julho). A briga comercial, que chegou a ter a intervenção do Tribunal de Contas da União (TCU), começou em julho do ano passado e envolve dois dos principais fabricantes de armamento do país: a Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel) e a Forja Taurus.
No pregão eletrônico 27/2006, a Imbel ofereceu as armas por um preço R$ 1,6 milhão inferior ao da concorrência. A Taurus, porém, questionou o resultado da concorrência, alegando que a estatal disputou a licitação com dois CNPJs diferentes, o que não seria permitido pelo edital. Por essa razão, pediu a desclassificação da empresa. Como o resultado favorável à Imbel foi mantido, a Taurus entrou com representação no Tribunal de Contas da União, questionando a decisão.
No fim de dezembro, o TCU julgou que não havia qualquer irregularidade na escolha da Inbel. Passados três meses, o contrato ainda não foi assinado. A Imbel afirma que a Taurus teria entrado com novos recursos contra o resultado. A Taurus, por sua vez, preferiu não comentar o caso. Em nota, a Secretaria nacional de Segurança Pública informou apenas que o resultado está sob a análise da área administrativa do Ministério da Justiça e deve ser homologado nos próximos dias.

Fonte: O Globo