OS GANHOS DO PAN

02/04/2007 17h20

Lidice da Mata

Os Jogos Pan-Americanos, em julho próximo, no Rio de Janeiro, representam, seguramente, o maior evento esportivo já realizado no Brasil. Para se ter uma idéia, só de atletas participantes serão 5.530. Mas sua importância não se restringe aos 16 dias de competições. Seu legado será enorme para o país.
O acompanhamento que temos feito nos dá a segurança de que tanto o Pan quanto os Jogos Parapan-americanos, em agosto, também no Rio, serão um enorme sucesso. Em todos os setores - a montagem da competição, as obras físicas, a capacitação de pessoal e tudo o mais -, os preparativos seguem o cronograma.
É de se realçar que essas ações envolvem entidades esportivas e os governos federal, estadual e municipal, unidos, sem partidarismos, pelo sucesso do evento. Mas todos sabem que ainda há muito o que fazer. Há nós a desatar, segundo o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, que, semana passada, fez um balanço do Pan na Comiossão de TUrismo e Desporto da Câmara Federal. São preocupações com o transporte, com os serviços e com as obras da Marina da Glória, para as provas de vela, e de urbanização da Vila Olímpica.
Sobre o orçamento do Pan, alvo de questionamentos, as explicações das autoridades envolvidas são bastante convincentes. As previsões originais, feitas ainda no governo FHC, subestimaram a dimensão do evento. Além disso, são tres tribunais de contas, mais a Controladoria Gera da União fiscalizando esses gastos. Inclusive aquela pequena parcela de despesas sem licitação, frutos das características do evento e do prazo disponível.
É correto nos preocuparmos com os gastos do Pan. Mas é fundamental que olhemos para os ganhos dele decorrentes. A própria realização dos jogos, ao elevar a auto-estima nacional, cuimpre a função de aumetnar o interesse dos brasileiros pela atividade esportiva. E há o aspecto econômico. É uma cadeia que vai da geração de emprego e renda na atividade e na área de serviços aos desenvolvimento da indústria do turismo, de equipamentos e materiais para a prática de esportes.
As instalações físicas do Pan, que estarão entre as melhores do mundo, ficarão no Rio, mas credenciam o Brasil a hospedeiro de outros eventos internacionais. E servem de incentivo aos governos de outros estados, inclusive a Bahia, para que também se equipem para abrigar competições nacionais e internacionais.
Neste aspecto, aliás, o governador Jaques Wagner marcou um golaço ao oferecer a Bahia para sediar amistosos da Seleção Canarinha e jogos da Copa 2014. Vale lembrar que há 14 anos a Seleção não joga em estádios baianos.
Mas, além das mais de 40 modalidades olímpicas, do futebol e dos esportes de aventura, devemos nos preocupar também com a inserção social pelo caminho da atividade esportiva. O investimento em infraestrutura deve seguir lafo a lado com a escola, em programas que, além de revelar talentos, ocupem o tempo dos baianinhos e baianinhas de modo saudável.

Fonte: Jornal A Tarde