Orçamento dos Jogos Olímpicos de 2016 ainda é desconhecido

O ministro da Autoridade Pública Olímpica, Márcio Fortes, apresenta trimestralmente à presidenta Dilma Rousseff um balanço sobre os preparativos do Rio de Janeiro aos Jogos 2016. A pedido do presidente da Comissão de Turismo e Desporto (CTD) da Câmara dos Deputados, deputado Romário (PSB-RJ), em audiência pública realizada nesta quarta-feira (8), que contou também com a presença do presidente da Embratur, Flávio Dino, Fortes se comprometeu a fazer o mesmo e expor os dados aos membros da comissão periodicamente.
08/05/2013 20h10

CTD

Orçamento dos Jogos Olímpicos de 2016 ainda é desconhecido

Autoridade Pública Olímpica e Embratur debatem Jogos Olímpicos do Rio na CTD

Em audiência pública na CTD proposta pelo deputado Valadares Filho (PSB-SE), Márcio Fortes adiantou que representantes das delegações americana, inglesa, australiana, russa e francesa já deverão trazer alguns atletas no segundo semestre deste ano, para competições e treinamentos no Brasil, a fim de começarem o plano de aclimatação.

Disse mais o ministro: todas as instalações deverão estar prontas um ano antes dos Jogos, para testes em geral.

Com esses dados preliminares, Fortes deu a dimensão da grandiosidade dos Jogos, que serão realizados de 5 a 20 de agosto de 2016, no Rio de Janeiro. Duas semanas depois começarão os Jogos Paraolímpicos.

Só na Olimpíada, serão 41 campeonatos mundiais simultâneos em duas semanas, em eventos disputados por atletas de 210 delegações, cobertura de 25 a 30 mil jornalistas e o trabalho de 70 mil voluntários.

Para acomodar a família olímpica e paraolímpica serão necessários 45 mil quartos na cidade.

"Esses números dão idéia da complexidade da organização desses eventos", afirmou Márcio Fortes.

O presidente da CTD, deputado Romário (PSB-RJ), indagou sobre a conflitante disputa da área para o campo de golfe, na Barra da Tijuca. E quis saber, também sobre o total de investimentos públicos nos Jogos, que tiveram orçamento de R$ 27 bilhões por ocasião da candidatura do Rio de Janeiro.

Sobre orçamento, Márcio Fortes disse que no dossiê de candidatura foram apresentados projetos que refletiam a vontade de construir e necessidade de dar a infraestrutura indispensável aos Jogos. Eram números de referência que totalizavam investimentos de US$ 26 bilhões dos governos e R$ US$ 7 bilhões do Comitê Organizador dos Jogos.

"Agora, o Ministério do Esporte contratou uma consultoria para atualizar os valores, que ainda são estimativas. Só teremos os valores finais quando terminarem os projetos executivos. E muito s projetos serão executados pelo Regime Diferenciado de Preços. Nesse caso não se pode divulgar o orçamento, segundo a legislação.", explicou o ministro.

Sobre o campo de golfe, Márcio Fortes disse que a área foi oferecida pela Prefeitura, mas há uma disputa judicial. No pós-Olimpíada, o campo se tornará uma área pública de golfe.

Sobre instalações que foram desmontadas, como o Velódromo, ele foi concebido sem projeção para os Jogos Olímpicos, daí a necessidade de construir nova área para o ciclismo.

Já o deputado José Rocha (PR-BA), lembrou que os Jogos de Londres, em 2012 teve um projeto de envolvimento de todo o país, ao contrário do Rio de Janeiro, que concentra apenas na cidade. "Estamos perdendo a oportunidade de expandir o incentivo da prática esportiva por todo o país. O governo tem que investir em centros olímpicos e paraolímpicos para que se tenha o des envolvimento regionalizado do esporte", disse o deputado baiano.

Turismo

Já o presidente da Embratur, Flávio Dino, afirmou que o turismo já sente os efeitos positivos de sediar os grandes eventos. No ano passado, o turismo internacional cresceu 4,5%.

"Hoje, uma entidade internacional divulgou que o Brasil está entre os 10 maiores promotores internacionais de eventos do mundo. Foram 360 eventos em 2012 com o aval da ICA. Foi praticamente um evento de grande porte por dia. O Rio consolidou sua liderança", disse.

Isso exige uma infraestrutura, segundo Dino. Hoje o Rio tem 32 mil quartos, mas estão em execução mais 14 mil quartos, com investimentos de R$ 12 bilhões, gerando 15 mil empregos diretos.

Nesse contexto de otimismo, há dificuldades, como uma tendência de aumento de preços na aviação e na hotelaria.

O Rio de Janeiro e São Paulo estão entre as 10 cidades mais caras do mundo, com tarifa média de até 700 dólares, bem distantes do padrão internacional.

"Por isso além da promoção turística, nossa missão na Embratur é preciso praticar preços competitivos para enfrentar as margens de lucro que conspiram contra a realidade da indústria do turismo. Só assim teremos um crescimento após 2016".

 

Requerimentos aprovados 

 

Antes da audiência pública, a CTD reuniu-se em sessão ordinária, quando aprovou requerimento do deputado Romário, para convidar o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e o governador do Estado, Sérgio Cabral Filho, com o objetivo de apresentarem os planos da cidade e do Estado com vistas à realização dos megaeventos esportivos.

O plenário da CTD também aprovou a proposta do deputado Acelino Popó para a realização de audiência pública que debaterá sobre a "disponibilidade e utilização dos agentes de trânsito na força-tarefa que atuará na Copa das Confederações 2013 e Copa do Mundo 2014".

Outro requerimento aprovado foi o do deputado Valadares Filho, para a realização de um seminário com os secretários de Turismo dos Estados e Municípios das cidades-sedes da Copa do Mundo, assim como os secretários dessa pasta dos municípios próximos as 12 capitais que receberão os Jogos do Mundial de Futebol.

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