Empresário de turismo aponta baixo gasto com marketing
O ex-ministro Caio Luiz de Carvalho, hoje presidente da São Paulo Turismo, afirmou há pouco que, em um País com tanta desigualdade como o Brasil, o turismo tem o objetivo não apenas de gerar lucro para as empresas e de realizar os sonhos de quem viaja, mas, principalmente, de ser um instrumento do desenvolvimento sustentável. Ele observou que não é só a cadeia produtiva do turismo que ganha com a atividade. Carvalho lembrou, por exemplo, que em 2005 o setor adquiriu 690 mil aparelhos da indústria eletrônica e 1,2 milhão cadeiras. Além disso, 300 mil veículos foram comprados pelas locadoras.
Ele disse ainda que, no mesmo ano, foram registrados investimentos de R$ 10,6 bilhões de dólares no setor, o que representou 5% do Produto Interno Bruto (PIB). Carvalho também ressaltou a importância do turismo para a geração de empregos. Segundo ele, o setor emprega 1,9 milhão de pessoas no Brasil.
Turismo e comunicação
Caio Luiz de Carvalho, que participa do 6º Congresso Brasileiro de Comunicação no Serviço Público, fez uma palestra sobre o que a comunicação pode fazer pelo turismo. Segundo ele, de 5% a 10% do espaço publicitário de jornais e revistas são dedicados ao marketing turístico.
Segundo Caio Carvalho, a Organização Nacional do Turismo recomenda que os locais de destino de turistas invistam 2% do que recebem de divisas estrangeiras na promoção e na consolidação do turismo. "Isso significa que deveríamos estar investindo 72 milhões de dólares em marketing e promoção", afirmou. Ele lamentou, no entanto, que o País esteja longe do percentual de 2%.
O maior investimento foi de 1998, quando se chegou a um orçamento de 26 milhões de dólares. Ele lembrou que, com isso, em 2000, 5,3 milhões de turistas estrangeiros vieram ao Brasil, número que pouco aumentou desde então.
O empresário destacou ainda a necessidade de criar história para os destinos turísticos levando-se em conta o conceito de que mercado não vende serviços, mas momentos inesquecíveis.
Exemplos
Carvalho citou Nova Iorque como exemplo bem sucedido de mudança de imagem. Em 1972, era uma cidade falida, e os comerciais mostravam policiais montados a cavalo para mostrar que se tratava de um lugar seguro. A criação de centros de convenções e o lançamento da campanha "Big Apple" atraíram turistas, a transformaram de uma cidade fabril, falida e violenta na maior cidade de serviços e entretenimento do mundo.
No Brasil, ele citou a Bahia como exemplo de um marketing eficiente e de um trabalho competente na área de turismo.
A palestra do presidente da São Paulo Turismo já foi encerrada. No momento, estão sendo realizados painéis temáticos sobre comunicação na área política, no serviço público e no setor de ciência e tecnologia.
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Reportagem - Luciana Mariz
Edição - Natalia Doederlein
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