Asdrubal Bentes protesta contra resultado brasileiro na Copa e fala sobre questões da Amazônia na tribuna do Congresso

03/07/2006 00h00

Vergonha nacional

Unindo-se ao grito brasileiro de lamento pela desclassificação da nossa seleção na Copa do Mundo, o deputado Asdrubal Bentes (PMDB/PA) protestou contra a "derrota humilhante, acachapante e vergonhosa que tivemos na semana passada." Para Asdrubal, atual presidente da Comissão de Turismo e Desporto (CTD) da Câmara dos Deputados, a vitória antecipada transformou-se numa grande decepção pela falta de sangue, vibração e garra dos atletas brasileiros que não perceberam que, atrás deles, havia milhões de brasileiros sofrendo, vibrando e torcendo. Revoltado, o parlamentar paraense apelou ao Presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e pediu a exoneração imediata da comissão técnica da seleção. "Peço-lhe que indique uma seleção que vá buscar não jogadores que estão no auge da fama, com os bolsos recheados de euros, com contas em francos suíços, dólares, mas aqueles que estão no País, que querem crescer, defender as cores nacionais, que vão dar o sangue, a alma, o coração e nos trazer muitas glórias", declarou Asdrubal.

Convenção peemedebista

Na mesma oportunidade, Asdrubal registrou o resultado obtido na convenção do diretório regional do PMDB paraense, que resolveu manter uma chapa para Governador, Senador, Deputados Federais, Estaduais, o que prova a força do partido no Pará. Segundo Asdrubal, a chapa peemedebista para Governador e Vice-Governador é constituída de dois jovens, que apesar da mocidade, têm muita experiência política. Para Governador, concorrerá José Priante, atual deputado federal, ex-vereador e deputado estadual, que tem ampla visão dos problemas nacionais, particularmente do Estado do Pará, e está sempre pronto a alocar recursos para minimizar os problemas da região. Para vice-governador, o PMDB escolheu o nome do ex-vice-governador Hildegardo Nunes, que também ocupou relevantes funções no Estado e, apesar de ter apenas 41 anos de idade, tem um amadurecimento na vida pública como bem poucos e é um estudioso dos problemas paraenses.

A voz da Amazônia

Finalizando, Asdrubal voltou a erguer a voz contra a Instrução Normativa nº 32 do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) que, atropelando preceito constitucional, limitou a legitimação de posses e a concessão de direitos de uso real em áreas de até 500 hectares. O preceito constitucional citado pelo parlamentar paraense permite que sejam legitimadas terras de até 2.500 hectares, desde que a posse esteja nas mãos de cidadãos de boa-fé, com morada habitual e cultura efetiva. Segundo Asdrubal, o Presidente do INCRA é lá dos pampas e deve entender que a área de 500 hectares é um latifúndio. "Na Amazônia, 500 hectares é um fundo de quintal e, dentro deste limite, 80% são reserva legal", lembrou. Para o parlamentar a tomada deste tipo de medida, que contraria os interesses da população local, lembra o autoritarismo vivido na época da ditadura brasileira, na qual "legislava-se sobre a Amazônia sem conhecimento de causa, desconhecendo a estrutura de Federação e os interesses locais, e desconhecendo que na Amazônia existem seres humanos brasileiros, que precisam sobreviver e merecem ser tratados com dignidade."

Claudia Spessatto (claudia.spessatto@camara.gov.br)

Assessora de Imprensa da CTD - Brasília/DF, em 03/07/06