Navios de Cruzeiros poderão ser usados como hotéis na Copa e nas Olímpiadas
A iniciativa do debate foi dos deputados Carlos Eduardo Cadoca (PSC-PE) e Alberto Mourão (PSDB-SP). Eles ressaltam que gestores públicos cogitaram a hipótese de aproveitar os transatlânticos usados em cruzeiros turísticos como meio para hospedagem de estrangeiros que vierem aos dois megaeventos esportivos e, no entanto, até o momento os organizadores das competições não se manifestaram oficialmente sobre o assunto, o que atrapalha o planejamento das empresas de transportes marítimos de passageiros.
Presente a audiência pública, o representante da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Abremar), Aurélio Maduro disse que as empresas marítimas estão motivadas a programar cruzeiros internacionais com destino ao Brasil durante a Copa do Mundo de 2014 e, até mesmo, utilizarem os navios como hospedagem desde que sejam removidos os obstáculos existentes, como o visto de apenas seis meses para tripulação e os altos custos de operação. Aurélio disse que a Abremar tem uma profunda preocupação com os desafios que o setor de cruzeiros marítimos terá, tanto durante a Copa do Mundo de 2014 como nas Olímpiadas de 2016, como por exemplo, transformar um navio num hotel para funcionar durante apenas um mês, o que já foi cogitado outras vezes.
Para ele ainda pairam dúvidas também sobre a viabilidade real de uso dos navios de cruzeiros marítimos para movimentar os turistas durante a Copa 2014, levando em conta a disponibilidade dos navios e os locais dos jogos, uma vez que devido à tabela da copa o navio poderá fundear num porto, com os torcedores para o primeiro jogo. Mas depois terão que se locomover por via aérea ou rodoviária, para os demais jogos, retornando ao porto de origem, uma vez que as seleções não fazem todos os seus jogos numa única cidade.
O presidente da Autoridade Pública Olímpica, Márcio Fortes, informou que o uso de navios para hospedagem está confirmado apenas nas Olimpíadas. Sete navios atracados no porto do Rio de Janeiro disponibilizarão cerca de 10 mil quartos, abrigando 24 mil pessoas e, no entanto, as embarcações foram autorizadas apenas para a hospedagem e não a transportar os passageiros. Por isso, eles deverão chegar vazios aos portos brasileiros.
O secretário-executivo da Secretaria Especial de Portos, Mário Lima Júnior, disse que das 12 cidades-sede da Copa, apenas cinco são litorâneas. Em todas elas estão sendo feitas obras portuárias. Mais de R$ 800 milhões serão investidos na construção de terminais marítimos de passageiros em Salvador (BA), Recife (PE), Natal (RN) e Fortaleza (CE). No Rio de Janeiro, a obra é na ampliação do cais e estarão prontas antes da Copa de 2014.
Joel Fernando Benin, Coordenador das Câmara Temáticas para a Copa do Mundo 2014 do Ministério do Esporte, disse que a quantidade de hotéis e de estrelas é uma coisa complexa e merece atenção de todos os setores envolvidos com a organização do evento de forma que o Brasil não perca a identidade de ter o maior contingente de ídolos do futebol mundial e raiz profunda no mundo dos esportes.
"O Brasil se apresenta para a copa com o intuito de realizar a melhor copa de todos os tempos e para tanto o setor de cruzeiros marítimos podem contribuir para atender a demanda e, para tanto, o governo federal tem feito investimentos vultuosos para reformar os principais portos do país", disse informando que o Ministério do Esporte já criou um grupo de trabalho para tratar das acomodações e está agindo com determinação para resolver este problema.
Luiz Carlos Nigro, da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação-FBHA, disse que no Brasil estão sendo construídos 50 mil novos apartamentos na rede hoteleira e o problema é que as pessoas querem ficar o mais próximo possível do evento e por isso os hotéis das cidade sedes serão os primeiros a lotar.
"É preciso sair desse quadrado e rever este paradigma distribuindo a massa de turistas para os municípios do entorno das cidade sedes", disse conclamando os prefeitos das cidades próximas e a rede hoteleira a potencializarem seus atrativos econômicos, uma vez que os hospedes virão a passeio e no intervalo dos jogos vão querer conhecer a culinária, as atrações turísticas e as belezas naturais de cada região.
Ele destacou ainda que na Alemanha algumas cidades que mais ganharam com a copa do mundo não tiveram um único jogo e no Brasil se pode fazer o mesmo.
O deputado Romário (PSB-RJ) questionou a disponibilidade de navios permanecerem no Brasil durante a Copa. Segundo ele, apenas 10% dos navios de grande porte que atuam no litoral brasileiro ficam no País nesse período, por conta do inverno. Ele questionou também o que estará sendo feito com relação a acessibilidade das Pessoa Portadoras de Necessidades Especiais e qual percentual será reservado: o da FIFA que exige apenas 0,1% ou o da lei brasileira que prevê 4,6%.
Luiz Paulo Pieri
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Para ler mais sobre turismo e esporte e conhecer melhor o trabalho da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados acesse os links abaixo.
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https://www2.camara.gov.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/ctd/informativos.html/20junho2012.pdf
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