Mãos que fazem arte

28/05/2009 16h05

Por meio do projeto Artesanato dos Goyazes, artesãos das cidades goianas de Anápolis, Pirenópolis, Goiânia, Olhos D`água e Cidade de Goiás aprimoram e desenvolvem novas peças com a cara da região

 

 

Brasília (28/05) – Mãos que transformam algodão, chita, talo de buriti, madeira, capim e muito mais em arte. Esse é o ofício dos artesãos do projeto Artesanato dos Goyazes, desenvolvido pelo Ministério do Turismo (MTur) em parceria com o Instituto Casa Brasil de Cultura. A iniciativa já beneficiou 71 artesãos das cidades goianas de Anápolis, Pirenópolis, Goiânia, Olhos D`água e Cidade de Goiás, que participaram de oficinas e consultorias com designers para aprimorarem seus produtos e desenvolverem novas peças. O objetivo do projeto foi agregar valor aos produtos com foco na produção associada ao turismo e no resgate da cultura local.

Das mãos do artesão Sebastião Lourenço Silva, da cidade de Olhos D`água, interior do Goiás, o barro aos poucos vai ganhando forma e se transforma em belas esculturas e nas saboneteiras de barro Meninas de Olhos D`água. Segundo o artesão, as saboneteiras são fruto do projeto. “Eu não sabia como desenvolver uma peça pequena que o comércio absorvesse. A saboneteira, uma criação nossa, fez com que as pessoas começassem a comprar mais de mim”, conta.

Conhecido apenas como Lourenço, o artesão é um apaixonado pelo ofício. “O artesanato não é só o prazer de fazer e vender. A gente faz porque a gente tem amor”, ressalta.

Durante a implementação do projeto, finalizado ano passado, foram realizadas palestras nos cinco municípios goianos sobre a importância do desenvolvimento e aprimoramento do artesanato como parte da cadeia do turismo. O objetivo foi sensibilizar e estimular a participação dos artesãos.

Além disso, foram realizadas oficinas de desenvolvimento de produtos pelo designer e arquiteto, Marcos Leão, e pela designer e artista plástica, Kátia Jacarandá. Nas oficinas, os artesãos aprenderam sobre a origem do artesanato, processos e métodos de produção direcionados a diferentes segmentos de mercado e, ainda, receberam orientações sobre como analisar os produtos sob diferentes aspectos como os funcionais e de mercado.

Segundo a coordenadora geral de Produtos Associados ao Turismo do MTur, Ana Cristina Albuquerque, a produção artesanal traduz a identidade cultural de um destino. “O produto com a cara da região agrega valor ao produto turístico e representa um diferencial competitivo no mercado”, afirma.

A artesã Cristina Galeão de Pirenópolis (GO) compartilha a opinião da coordenadora. “Eu percebo a satisfação que o turista sente em encontrar um trabalho que tem identidade regional”, declara. Galeão produz em fornos de alta temperatura peças de cerâmica decoradas com a vegetação típica da região, o cerrado.

Para Galeão, a principal contribuição do projeto foi a convivência e a troca de experiências com os designers. “Achei isso muito rico porque o artesão fica ilhado dentro do seu fazer. É difícil sair para se capacitar, buscar cursos, então quando isso vem até nós, trás muitas conquistas de uma vez só”, explica.

Os artesãos participaram ainda de oficinas de marketing e oficinas de produto associado ao turismo, onde foram apresentados casos de sucesso do Brasil e do mundo sobre como tornar o artesanato um produto associado ao turismo e a expressão da cultural regional.

O trabalho de nove meses com os artesãos resultou em um catálogo e uma exposição realizada em Brasília, em dezembro passado, onde o público pode apreciar 300 produtos entre cestarias, cerâmica, tecelagem, arte popular e bordado. Todos os produtos expostos foram desenvolvidos durante o projeto por meio dos trabalhos dos designers com os artesãos.

 

Fonte: Ministério do Turismo