Jobim diz que distância dos vôos de Congonhas foi ampliada para não prejudicar turismo baiano

12/11/2007 11h00

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, explicou na última sexta-feira (9), no Rio de Janeiro, que a principal razão para o aumento temporário da distância máxima a ser percorrida pelos aviões que iniciam ou encerram os vôos no Aeroporto de Congonhas, zona sul de São Paulo, é reduzir o impacto negativo para o turismo na Bahia durante as férias de verão.

"Determinei à Secretaria de Aviação Civil e à Anac [Agência Nacional de Aviação Civil] que buscassem uma solução para ampliar o leque de vôos em Congonhas", afirmou. Jobim anunciou ainda ter conversado com os presidentes das empresas aéreas TAM e Gol para que a malha aérea específica para o período de férias seja capaz de recuperar o setor turístico baiano.

A medida anunciada dia 8/11 eleva para 1,5 mil quilômetros o raio de vôos a partir de Congonhas de 1º de dezembro até 15 de março de 2008. A mudança dá flexibilidade a resolução anterior do próprio Conac, que, no início de outubro, havia restringido a mil quilômetros a distância máxima dos vôos que usam o aeroporto paulistano. O objetivo era evitar escalas e conexões em Congonhas, reduzindo a quantidade de vôos e de usuários no local, que operava além de sua capacidade.

Segundo o Ministério da Defesa, com o aumento na distância dos vôos, o número de aeroportos e campos de pouso que podem operar vôos em Congonhas subiu de 88 para 110. O número de estados alcançados pelas rotas aumentou de 11 para 13. Escalas e conexões continuam proibidas.

Além de ouvir apelos do governador baiano, Jaques Wagner (PT), e de parlamentares do estado, Jobim afirmou ter verificado pessoalmente as conseqüências da restrição de vôos. "[Na última semana] Vistoriei os aeroportos de Ilhéus, de Porto Seguro e de Salvador e constatei a redução absoluta dos vôos". Segundo Jobim, a restrição causou um grave problema local já que, devido à dificuldade de acesso dos turistas, o nível de ocupação em hotéis caiu para apenas 30%, o que gerou demissão de funcionários.

De acordo com a Secretaria de Turismo da Bahia, o estado havia perdido 28 vôos que partiam de Congonhas para Salvador, Porto Seguro e Ilhéus. Ainda conforme o órgão, Jaques Wagner enviou a Jobim, no mês passado, uma carta pedindo o fim da medida.

O vice-presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagem (Abav), Carlos Alberto Amorim Ferreira, confirmou que houve uma queda muito grande no número de turistas que viajaram a Bahia no último mês. Ele, no entanto, alega que o problema não deve ser atribuído apenas à restrição da distância dos vôos

"Não foi só esse fato, mas uma série de fatores, como a dúvida sobre se haveria ou não vôos e sobre quanto tempo seria preciso esperar [nos aeroportos]. Todo esse caos afetou muito [a decisão das pessoas sobre viajar]. Quem é que vai pagar para se aborrecer?", questionou Ferreira. "Para que os turistas voltem a viajar de avião, é fundamental que haja tranqüilidade e segurança nos aeroportos."

Fonte: Agencia Brasil