Feira das Américas começa com reflexão sobre o cenário brasileiro

24/10/2008 09h20

“O Projeto que saiu da Câmara era mais completo do que o sancionado. O governo perdeu a oportunidade de corrigir uma injustiça.”, diz o presidente da ABAV Carlos Alberto Amorim sobre a Lei do Turismo

Foi aberta no Rio de Janeiro a 36ª edição da Abav no Riocentro. A edição da Feira da Américas, que acontece até o dia 24, visa estimular a atualização dos agentes de viagem diante de um mercado cada vez mais globalizado e apresenta o tema:“ Turismo, os negócios mudaram, e você?”

 

Para Carlos Alberto Amorim a atualização dos agentes será o grande diferencial para obter o reconhecimento e a fidelidade de suas bases e seus clientes. Na era da informação, se reinventar é uma constante, onde o agente terá que agregar valor aos seus serviços, produtos e ao principal: seu conhecimento. “Temos que deixar claro para nossos clientes o custo-benefício do agente, e mostrar que estamos dispostos a evoluir junto com o novo cenário mundial. Com a evolução da internet o consumidor começa a exigir melhores serviços, melhores produtos.”

 

Kaká crítica Lei do Turismo 

Para o presidente da Abav: “O Projeto que saiu da Câmara era mais completo do que o sancionado. O governo perdeu a oportunidade de corrigir uma injustiça. É injusto que os agentes respondam por atrasos, falências de companhias áreas e até mesmo uma camisa rasgada no hotel.”, desabafa o presidente.

 

Relação com as companhias áreas  

Durante a abertura do evento Amorim fez algumas considerações sobre a relação entre agências e as companhias aéreas, e critica o não diálogo com companhias internacionais:O fato de termos dialogado e negociados um acordo com as companhias áreas, TAM e GOL mostra que as empresas áreas aprenderam com o passado. E se os acordos não são o que gostaríamos ao menos refletem o amadurecimento do mercado. A palavra acordo já denota que houve um diálogo, porque as duas parte tiveram que ceder. A relação com as companhias áreas nacionais está mais próxima do que no passado, quando a Varig recusou a nossa comissão sem ao menos ter a consideração de nos avisar, e pagou caro por isso. O mesmo não podemos dizer das companhias áreas internacionais que parecem se esconder atrás de siglas como BST e ATA. Será que a língua é um empecilho? Já é hora de conversarem conosco, pois o cenário muda para todos e já é hora de aprenderem isso.”

 

Copa de 2014 

De acordo com Amorim: “Com a Copa de 2014 será necessária a integração dos três poderes para que sejam feitas mudanças nos transportes e serviços, melhorando não só os portos, os aeroportos e a malha aeroviária, mas também os serviços de hotéis, bares, restaurantes, táxis e transportes coletivos, que hoje representam grandes entraves para os negócios turísticos”. O ministro do Turismo Luiz Barreto afirmou durante a abertura do evento que será criado um PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) exclusivo para as cidades escolhidas para receber os jogos.

 

Turismo doméstico em foco 

Com a chegada da alta temporada o litoral do Brasil ganha destaque. O ministro ressaltou as parcerias estratégicas com o SEBRAE nacional, por meio de cursos para os agentes de viagem, e com o Ministério do Turismo, através da campanha “Procure seu agente de viagem” e da promoção “Brasil: vendo melhor”.

 

O Governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira, destacou o potencial do estado na realização de grandes eventos, como a Copa Davi´s e o Festival de dança de Joenville. Santa Catarina dispõe hoje de uma boa infra-estrutura devido aos investimentos em arenas multiuso, redes de teatro e à criação de um fundo de turismo, cultura e esporte, que financia as convenções e feiras. O estado, que é patrono do evento, cresceu 8,2% em 2007 e foi um dos que mais gerou empregos devido à expansão dos serviços ligados ao turismo. “Privilegiar o turismo de qualidade é o caminho para a geração de emprego e renda no futuro”.

 

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, através de parcerias com outros governos, falou da importância de expandir o turismo no interior do Brasil, concentrado hoje no litoral, fazendo com isso um turismo complementar. “Temos que agir coordenadamente com todas as instâncias de governo para valorizar o turismo nacional e complementar os destinos já existentes”, declarou o governador.

 

Para Aécio Neves, através dos investimentos em infra-estrutura que estão sendo realizados em todo o estado, a expectativa é que a ampliação do turismo complementar aumente significativamente o número de turistas estrangeiros no Brasil. Minas Gerais é o berço da história do país, e concentra sua exploração turística na Estrada Real, nas Estâncias Hidrominerais e no Ecoturismo.

 

Crise americana e seu reflexo no país 

O Brasil tem uma imagem positiva no exterior, sendo o oitavo pais na capitalização de negócios. Para o ministro, “A crise mundial trará uma grande oportunidade para o nosso turismo interno, favorecido pela desistência dos brasileiros em viajar para o exterior e pelo patamar do dólar que torna o páis mais atraente lá fora”. O aumento em investimentos para a pasta, desde a sua criação em 2003, refletem como o governo se posiciona em suas políticas de expansão do turismo nacional. “ No ano de 2003 o orçamento era de 377 milhões de reais, esse ano contamos com 2.7 bilhões. O turismo está entre. Estamos apostando nos mercados da América Latina, e no ano que vem serão lançadas campanhas direcionadas para essa região.”, conclui

 

Fonte: Diário do Turismo