Esporte - Medidas sugeridas deverão garantir maior transparência nos gastos
Além
de tornar obrigatório o clube-empresa, o Projeto de Lei 6606/09, do
Senado, prevê medidas para garantir maior transparência nos gastos. O
texto determina que as entidades publiquem balanços contábeis e
patrimoniais anuais, após submetê-los a auditoria externa. Caso
contrário, seus dirigentes ficarão inelegíveis por dez anos para
disputar cargos em entidades desportivas.
Esse mesmo período de
inelegibilidade é previsto para dirigentes condenados por crime doloso
(em sentença definitiva); falidos; inadimplentes na prestação de
contas; ou afastados de entidade desportiva em razão de irregularidade
na gestão financeira ou patrimonial.
Substitutivo - Outras três
propostas em tramitação alteram a estrutura administrativa do esporte.
O substitutivo do deputado José Rocha (PR-BA) ao Projeto de Lei
5186/05, que muda a Lei Pelé, foi aprovado pelo Plenário em 9 de
fevereiro, mas a votação ainda não foi concluída, pois não se chegou a
acordo sobre todos os destaques apresentados ao texto. O projeto define
novas regras para o relacionamento profissional entre atletas e
entidades desportivas.
Já o PL 959/07, do deputado Dr. Rosinha
(PT-PR), proíbe dirigentes de atuar como empresários de atletas - o
texto aguarda parecer da Comissão de Constituição e Justiça e de
Cidadania. E a proposta mais antiga é também a mais ampla: o PL 4874/01
cria o Estatuto do Desporto, que define responsabilidades dos
dirigentes desportivos e a organização das entidades. O texto, do
deputado Silvio Torres (PSDB-SP), aguarda votação em Plenário desde
2007.
Excesso de propostas - Para o advogado e especialista em
direito desportivo Marcilio Krieger, a diversidade de temas contribui
para a fragmentação da legislação do setor e até para a contradição
entre as leis. “Por um erro de avaliação do Legislativo e da própria
comunidade esportiva, a preocupação é com o futebol e não com o
desporto”, afirma.
Em sua opinião, o País precisa de uma norma geral
que sirva para todos os esportes e que contribua para uma política de
formação do atleta a longo prazo. “Uma lei que crie mecanismos de
austeridade administrativa e de transparência”, aponta.
Fonte: Jornal Câmara