Deputado Romário volta a pedir investigação sobre o presidente da CBF, José Maria Marin
"Como todos sabem, o Senhor Marin militou na Arena, o partido da ditadura, e pode ter tido participação, mesmo que indireta, nos eventos que levaram ao assassinato do jornalista Vladimir Herzog, nas dependências do DOI-CODI", afirmou Romário, em discurso nesta segunda-feira, na tribuna da Câmara dos Deputados.
Romário alertou que essa atualização de dados históricos que hoje repercutem na gestão do esporte, é indispensável, principalmente agora que o Brasil se prepara para receber megaeventos esportivos.
"Como presidente da CBF, José Maria Marin estará ao lado da presidente Dilma Rousseff na recepção aos chefes de Estado que virão para a Copa das Confederações, em junho deste ano, e para Copa do Mundo, no ano que vem. E eles dividirão, possivelmente, a mesma tribuna de honra nos eventos esportivos. Acho que essa proximidade será meio constrangedora para nossa Presidente, pois ela conheceu de perto, muito perto, a brutalidade daquele regime que prendia e torturava, à margem da lei, contando com o apoio do ex-vereador, ex-deputado estadual e ex-vice-governador de São Paulo, Senhor José Maria Marin", afirmou o deputado em seu discurso.
Patrocínios
No mesmo tom de crítica que tem pautado sua participação parlamentar neste início de ano legislativo, Romário voltou a levantar dúvidas sobre a destinação dos patrocínios que a CBF capta como gestora da Seleção Brasileira.
"Não podemos esquecer que o Senhor Marin tem sob o seu comando a principal manifestação esportiva de nosso país, que é o nosso futebol. Insisto neste assunto, pois entendo que, ao explorar a imagem desse símbolo nacional a CBF deve prestar contas e ter transparência nas suas ações."
Como nos dos dois discursos anteriores, o deputado carioca voltou a indagar sobre o destino dos recursos de patrocínios à Seleção Brasileira:
"Quem ganha e quanto ganha? Quem se beneficia da comissão de mercado nessas transações milionárias de patrocínios à Seleção Brasileira?"
Segundo Romário, além da Nike, outras empresas investem no uniforme da Seleção, como a Ambev, o Banco Itaú, Gillette, Vivo e outras.
"Consta que, depois da Nike, que destina, em média, R$ 70 milhões anuais à CBF, a Ambev é a principal investidora. Conforme o contrato são 15 milhões de dólares anuais, mais de 30 milhões de reais. Estamos falando de uma instituição gigantesca, que opera com valores vultosos, mas cuja transparência ainda não existe".