Debatedores defendem mudanças no critério de classificação das Olimpíadas

A Comissão de Turismo e Desporto realizou reunião de audiência pública na quarta-feira (08/08/2012), que debateu o quadro de medalhas e a análise do desempenho de cada país nos Jogos Olímpicos - O ranking de ouros, pratas e bronzes, a lógica da rivalidade política em prejuízo da intenção original das Olimpíadas. Em sua exposição, o presidente do Conselho Federal de Educação Física, Jorge Steinhilber, alertou que a Carta Olímpica, que é o estatuto das olímpiadas, não estabelece qualquer classificação global por país, mas um quadro de honra dos medalhistas, de forma que a convenção atual foi estabelecida pela mídia. Segundo ele os jogos olímpicos são competições entre atletas e não entre países.
09/08/2012 09h35

Akimi Watanabe

Debatedores defendem mudanças no critério de classificação das Olimpíadas

"A classificação de um país como potência olímpica com base no número de medalhas de ouro, ou na soma de todas as medalhas (ouro, prata e bronze) foi uma convenção inventada pela mídia internacional e copiada pela mídia do Brasil", disse lembrando que pelo critério de medalhas individuais, o Brasil deveria estar na quinta colocação no ranking mundial das olimpíadas, conforme classificação feitas pelos Estados Unidos da América.

Jorge Steinhilber citou os jogos olímpicos de Pequim em 2008 para mostrar que a classificação de medalhistas é uma convenção da mídia e exemplificou o caso das mídias europeia e asiática que consideram a China vencedora da Olimpíada daquele ano, porque teve maior numero de medalhas de ouro, enquanto a imprensa norte americana informou à população do país que os norte-americanos foram os vencedores, uma vez que somaram o maior número de medalhas no total (ouro, prata e bronze). Ele sugeriu um tipo de ranqueamento diferente mais justo e democrático que faça o somatório das medalhas de ouro, prata e bronze e também leve em conta o número de medalhas uma vez que no esporte coletivo, a mídia considera apenas uma medalha para o ranqueamento, enquanto em alguns casos de equipes de basquete, voleibol ou até mesmo futebol são vários atletas que recebem a amedalha ao mesmo tempo.

"Nesse raciocínio se todos os atletas de um time recebem medalha e a Carta Olímpica estabelece que o que vale é o atleta, eu entendo perfeitamente que devem ser consideradas as medalhas recebidas por cada atleta, o que colocaria o Brasil numa posição mais confortável nas últimas olímpiadas", observou.

Na mesma linha o Professor da Universidade de East London, no Reino Unido, Lamartine Pereira da Costa, também defendeu a modificação, no Brasil, do critério adotado para classificar o desempenho dos países nas Olimpíadas. Ele destacou que o Brasil não tem a obrigação de seguir a tradição que leva em conta apenas o número de medalhas de ouro conquistadas. Disse ainda que não tem nada que impeça o Brasil de mudar.

A reunião foi presidida pelo deputado João Arruda (PMDB-PR) que também é o presidente da Frente Parlamentar de Apoio à Atividade Física para o Desenvolvimento. No seu entendimento a Olimpíada de 2016 mais que tudo precisa deixar um legado social e educacional para a população brasileira. Segundo acentuou o país não precisa buscar apenas medalhas ou um bom resultado, é preciso, antes de tudo, buscar uma nova política de esporte para ao Brasil.

"Queremos estabelecer uma cultura de prática esportiva dentro de cada escola, no esporte de base, dentro de cada universidade. Para isso, a gente pode utilizar, sim, as Olimpíadas que vão acontecer daqui a quatro anos no Brasil.

O deputado André Figueiredo (PDT-CE), um dos autores do requerimento para a realização da audiência, destacou que já é uma conquista para qualquer atleta do mundo atingir um índice olímpico. Por isso, em sua opinião, também é preciso valorizar os atletas que chegam em quarto, quinto ou sexto lugar. "A participação pífia do Brasil dentro desse processo de ranqueamento injusto tem que ser superada por uma inversão de valores", disse.

 

Luiz Paulo Pieri
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