Ao mencionar o legado da realização da Copa 2014 para o Brasil, Otavio Leite questionou se este megaevento esportivo não poderia também beneficiar os clubes. "No bojo da Copa 2014, qual será o legado para os clubes?", indagou, informando em seguida que mesmo com o repasse de recursos da Timemania, os clubes se encontram em verdadeiros "atoleiros financeiros".

Para o deputado Romário a questão do endividamento dos clubes passa pelo não cumprimento da lei por parte dos seus dirigentes. O ex-jogador afirmou que muitos costumam tratar o clube como uma simples extensão dos seus negócios privados. A Lei Pelé determina a observância "da transparência financeira e administrativa, da moralidade na gestão desportiva e da responsabilidade social" por parte dos dirigentes dos clubes. "Infelizmente, muitos usam o clube somente para ganhar dinheiro", disse Romário, revelando ainda que muitos empresários não querem investir em futebol por "desconfiar" desses dirigentes.

O deputado Danrlei Hinterholz, que é também ex- jogador de futebol, endossou as críticas de Romário. Ele cobrou responsabilidade dos dirigentes e a fiscalização severa dos recursos repassados aos clubes, bem como a prestação de contas pelos mesmos.

Dívidas

De acordo com análise feita pela empresa BDO RCS, a dívida total dos 25 clubes de maiores receitas no Brasil chegou a R$ 3,6 bilhões em 2010, valor que representa uma evolução de 16% em comparação com 2009 e 34% nos últimos três anos. Deste montante, R$ 1,2 bilhão são passíveis de parcelamento pela Timemania, loteria que nasceu com a função de equalizar as dívidas fiscais dos clubes brasileiros.

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