CTD debate planos e programas de incentivo aos novos atletas

De olho no desempenho do Brasil nas Olimpíadas em 2016, no Rio de Janeiro, a Comissão de Turismo e Desporto (CTD) promoveu, em audiência pública realizada hoje (17/09), debate sobre os planos, programas e ações de incentivo à formação e descoberta de novos atletas. A audiência contou com a presença de José Antônio Martins Fernandes, presidente da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), e de Robnelson Félix Ferreira, Coordenador Técnico Nacional da Confederação Brasileira de Judô (CBJ). A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) também foi convidada, mas não enviou representante.
17/09/2013 20h46

Darlan Ayres

CTD debate planos e programas de incentivo aos novos atletas

Confederações de Atletismo e Judô debatem novos rumos para o esporte na CTD

Para o presidente da CTD, deputado Valadares Filho (PSB-SE), o principal legado que os Jogos Olímpicos podem deixar para o Brasil é o incentivo e o fomento à prática esportiva especialmente com a inclusão social de jovens carentes. "O verdadeiro significado de o Brasil sediar uma Olimpíada está vinculado ao legado que esse evento vai deixar para o país".

Segundo Valadares Filho, a implementação de programas de formação tanto de atletas de alto rendimento e o incentivo à prática esportiva como fator de inclusão social é fundamental para o alcance desse legado.

O autor do requerimento que motivou a audiência pública, deputado Renato Andrade (PP-MG), criticou a escassez de infraestrutura para prática esportiva como a falta de pistas de atletismo e de laboratórios adequados para realização de exame de doping. "Essa realidade não condiz com um país que vai sediar uma olimpíada", disse Renato Andrade.

O presidente da Confederação Brasileira de Atletismo, José Antônio Martins, concordou com as críticas feitas pelo parlamentar e disse que em todo o Brasil não há mais que 30 pistas de níveis. "Nenhuma escola pública ou privada possui pistas de níveis. Só agora que o governo federal está fazendo pistas nas universidades federais".

Renato Andrade também criticou a falta de incentivo à formação de novos atletas. "Qual a possibilidade de um atleta do interior do país tem de participar de uma Olimpíada? Na prática não vejo ações de descobertas de novos talentos".

Valadares Filho indagou se as escolas brasileiras, sejam públicas ou privadas, estão aptas a despertar as vocações dos atletas. Antônio Martins respondeu que infelizmente a realidade da educação física é "totalmente ultrapassada nas escolas, não se tem um modelo prático nas escolas para se desenvolver o esporte". Para ele, esses problemas que são cruciais para o avanço do esporte precisam ser debatidos com profundidade.

O presidente da Comissão de Turismo e Desporto também quis saber sobre o incentivo aos atletas em início de carreira. Na opinião do coordenador técnico da Confederação Brasileira de Judô, Robnelson Félix, esse é um problema enfrentado pelos atletas. "Os patrocínios vão principalmente para aqueles que se destacam e o esporte que é praticado nas escolas está completamente dissociado do esporte de rendimento".

O presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos, Coaracy Nunes Filho, também foi convidado para participar da audiência pública e não compareceu.