CTD Debate novo Píer no Porto do Rio de Janeiro
A Companhia Docas quer inaugurar o píer em Y para a Copa do Mundo de 2014, já que os navios vão ser uma opção de hospedagem durante o evento. Mas o projeto vem causando polêmica entre vários setores que defendem ou refutam as obras que estão previstas para iniciar em 2013.
Nesse sentido na quinta-feira (13/12/2012, a Comissão de Turismo e Desporto promoveu um debate sobre as obras na região portuária do Rio de Janeiro, ouvindo o subchefe de Organização e Assuntos Marítimos do Comando de Operações Navais, José de Andrade Leandro; o presidente da Companhia Docas do Rio de Janeiro, Jorge Mello; o diretor de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro, Alberto Gomes Silva; e o presidente substituto e diretor do Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Andrey Rosenthal Schlee.
Andrey Rosenthal disse que o IPHAN vai dar seu parecer sobre o impacto da construção do píer em Y, no porto do Rio, sobre bens tombados, como o Mosteiro de São Bento, até o final do ano. Para o IPHAN há a possibilidade até mesmo de embargo da obra se o órgão concluir que o paredão de navios que será formado no local atrapalha a visão do mosteiro de São Bento, do Edifício de Docas Dom Pedro II ou do Morro da Conceição.
Jorge Luiz de Mello, diretor-presidente da Companhia Docas, defendeu o projeto e afirmou que o impacto visual será menor com a nova obra do que o existente hoje, com os navios atracando mais próximos da região da Praça Mauá. Segundo ele, a licitação para a construção do píer já foi feita, mas Docas resolveu esperar o parecer do Iphan para assinar o contrato com o consórcio vencedor da licitação. Ele informou que a obra está orçada em R$ 250 milhões e permitirá que até seis navios atraquem simultaneamente na Zona Portuária, e que o deslocamento do píer para uma outra área implicaria fazer um novo canal de navegação, que custaria pelo menos R$ 400 mil.
O deputado Otavio Leite (PSDB-RJ), que propôs o debate na Câmara, questionou o presidente de Docas sobre a real necessidade de construção do píer. Navios atracados no local serviriam de hospedagem para as Olimpíadas de 2016. O deputado também indagou se não seria possível construir o píer em um local mais afastado, que não fique na área que está sendo revitalizada.
Otávio lembrou que a execução do Pier em Y estava prevista inicialmente para a Copa do Mundo de 2014, mas como as obras devem durar mais de dois anos já não há mais tempo para o evento. Além disso, ele acredita que o pier, do jeito que está já atenderia às demandas dos Jogos de 2016.
Luiz Paulo Pieri
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