Copa de 2014 também empolga o presidente
Almir Leite
Além da candidatura do Rio a sede da Olimpíada de 2016, o governo Lula abraça firme outro sonho esportivo tupiniquim: a Copa do Mundo de 2014, que o país do futebol ganhou o direito de organizar. Nesse caso, porém, a montanha de dinheiro público a ser usado na empreitada deve privilegiar as obras de infra-estrutura - transportes, saneamento e energia -, deixando itens como construção e reformas de estádios e expansão da rede hoteleira por conta da iniciativa privada. Pelo menos é o que promete o chefe da empreitada, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira.
"A Copa do Mundo será melhor quanto menor o dinheiro público aplicado. Este é um princípio que vai marcar a organização do mundial em nosso país'', disse Teixeira, no mês passado, ao site da CBF, por ocasião de uma cerimônia em que foi assinado um termo de cooperação com a Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib). O encontro foi em Brasília, com a participação do presidente Lula.
Uma Copa precisa de chancela oficial. É exigência da Fifa, atendida pelo Brasil em junho de 2007, quando Lula assinou documento com as 11 garantias governamentais que tornaram possível trazer o Mundial para cá. Mas uma Copa se caracteriza, também, por ser viabilizada basicamente por investimentos privados. Há exceções, como a da África do Sul, que não teria condições de ser realizada sem dinheiro público.
O Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014, liderado por Ricardo Teixeira, se diz disposto a respeitar o dinheiro do contribuinte. Tanto que, em 20 de novembro passado, o presidente da CBF anunciou os quatro pontos que vão "nortear a organização'': modelo privado, boa governança, profissionalismo e nada de monopólios ou privilégios. É esperar e conferir.
Fonte: O Estado de São Paulo