Conotel deixa alerta e saldo positivo

13/08/2008 09h20

Encerra-se hoje (13) o maior Congresso da Hotelaria brasileira, que depois de cinco anos volta ao Rio Janeiro, no Centro de Convenções SulAmérica, a 50ª edição, um evento histórico. Temas como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 aceleraram o debate sobre o futuro do setor hoteleiro no país. Não só em função desses mega eventos, mas também em relação ao um futuro não muito distante: o terceiro milênio.

O congresso deixa um saldo positivo com o registro de mais de três mil participantes, que visitaram os estandes das mais de 100 empresas expositoras e patrocinadoras, as quais ocuparam uma área de 1000 metros quadrados para exposição de seus produtos, serviços e equipamentos.

O grande legado do evento foi ter reunido lideranças, autoridades governamentais e o setor da hotelaria em torno do tema a “Hotelaria no Terceiro Milênio”, que mobilizou dezenas de especialistas no debate sobre os aspectos desta indústria, com ênfase em pontos como a infra-estrutura e mão-de-obra profissional.

O que pensam as principais lideranças do setor

O secretário Nacional de Políticas de Turismo, Airton Nogueira Pereira Júnior, representando o ministro do Turismo Luiz Eduardo Pereira Barreto Filho, disse que, como país-sede da Copa do Mundo de 2014, o País está entrando para valer na disputa para que o Rio de Janeiro seja a cidade escolhida para as Olimpíadas de 2016. "A hotelaria tem um papel fundamental. Nossa maior batalha será demonstrar nossa capacidade junto ao Comitê Olímpico Internacional", ressaltou.

"O País está no seu melhor momento histórico. Em 2007, foram criados mais de 1,6 milhões de postos formais de trabalho e nos primeiros meses do ano já foi alcançado o número de 1,35 milhão. A hotelaria é um dos setores que mais cresce no Brasil e onde muitos têm a chance do primeiro emprego, mas a capacitação é o grande diferencial", avaliou o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi.

A infra-estrutura preocupa e será tratada como tema prioritário. Como exemplo de uma reforma urgente, o vice-governador do Estado do Rio, Luiz Fernando Pezão, citou o Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim, um dos itens pior avaliados. "Vamos investir pesado porque o turismo é a jóia da coroa".

"Na realização da Copa do Mundo o Brasil tem que demonstrar competência e qualidade dos serviços. Este será um importante aval para a realização das Olimpíadas no Rio de Janeiro em 2016", avaliou o diretor-técnico do SEBRAE Nacional, Luiz Carlos Barboza. Ele destacou que o cenário dos grandes eventos é particularmente promissor para as micro e pequenas empresas pela diversidade de negócios em áreas como, por exemplo, hospedagem, alimentação e entretenimento. "Qualquer que seja o setor, será preciso criar estímulos e mecanismos para incentivar os investimentos. Capacitação e gestão são fundamentais".

"O Brasil precisa pensar em estratégias avançadas para resolver problemas de infra-estrutura", disse o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-Nacional), Álvaro Bezerra de Mello, defendendo melhorias nos portos e aeroportos e também reciprocidade na concessão de vistos com os países desenvolvidos e sugeriu o uso da internet para facilitar a entrada de visitantes estrangeiros. O presidente da ABIH-Nacional também se mostrou preocupado com o câmbio que prejudica o setor.

O senador Francisco Dornelles, representante do Senado, reconheceu a importância da indústria do turismo e lazer na economia brasileira, mas ressaltou que a solução não está na mudança da política cambial. "Com a redução do custo Brasil, podemos neutralizar os efeitos do câmbio".