Comissão discute o desenvolvimento do Enoturismo no Brasil
A Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados realizou audiência pública para discutir o desenvolvimento do Enoturismo, segmento da atividade turística que tem como base a apreciação de vinhos e vinhedos onde ocorre a produção da bebida. Além de parlamentares, o encontro contou com a participação de representantes do Ministério do Turismo, Sebrae, SPA do Vinho de Bento Gonçalves e da Associação Internacional de Enoturismo (Aenotur).
O deputado Herculano Passos (PSD-SP), autor do requerimento, destacou que o vinho nacional precisa ser mais conhecido pelos brasileiros e defendeu a promoção do enoturismo no Brasil. “Nós temos que promover o vinho nacional, porque ele está gerando emprego e trazendo divisas para o nosso país, então temos que colaborar para o incentivo da produção e, assim, teremos um produto de qualidade com preço acessível”, disse.
A presidente da Aenotur, Ivane Fávero, destacou que a falta de incentivo e a alta tributação são alguns dos problemas que impedem o desenvolvimento da atividade no país, levando muitas vinícolas à falência. Ainda segundo ela, 82% da produção de vinho está concentrada na região Sul, mas outros estados vêm se destacando na fabricação da bebida. “O Brasil do vinho está mudando a configuração do vinho e, a passos largos, se estabelecendo do nordeste ao sul do Brasil”, afirmou.
Para o coordenador-geral de Atração de Investimentos do Ministério do Turismo, Ricardo Marques, o Enoturismo deve ser incentivado no Brasil e reconhecido como produto turístico. Ele afirma que a autarquia está trabalhando para resolver esse problema. “Estamos vendo a possibilidade de criar um anuário do enoturismo, onde a gente possa, ao longo de poucos anos, montar uma boa série histórica que dê conta dessa indústria”.
Andrea Faria, representante da unidade de atendimento setorial de agronegócios do Sebrae, ressaltou que a entidade investe em parcerias de fomento à valorização dos vinhos brasileiros. A atuação do Sebrae no enoturismo começou em 2006. No ano passado, foram investidos R$ 2,5 milhões e, este ano, a expectativa é que sejam liberados R$ 8 milhões. A ideia é sensibilizar o consumidor para o produto e qualidade do vinho nacional. Para Andrea, a legislação e a questão tributária são alguns dos desafios que precisam ser vencidos para que a atividade turística se desenvolva no país.