Caixa Econômica Federal já iniciou estudos para melhorar Timemania

A Caixa Econômica Federal já instituiu um grupo de trabalho para rever a Timemania com o objetivo de propor novos mecanismos na loteria de forma a fortalecer a participação dos clubes. A informação foi dada pelo superintendente nacional de loterias da Caixa, Gilson César Pereira Braga, durante audiência pública da Comissão de Turismo e Desporto para realizar um balanço da Timemania e discutir mudanças para melhorar sua arrecadação. Segundo Gilson Cézar, as modificações na Timemania passam pelas apostas no Clube e não mais em números.
22/05/2012 20h05

Akimi Watanabe

Caixa Econômica Federal já iniciou estudos para melhorar Timemania

Audiência pública sobre a Timemania

Por outro lado, representantes de clubes, deputados e palestrantes sugeriram que uma forma de incrementar a arrecadação dos clubes de futebol seria a regulamentação dos jogos pela internet, a exemplo do que já ocorre em vários países da Europa e nos Estados Unidos. No entender deles, a atividade é muito bem regulamentada em todos os países desenvolvidos ou em desenvolvimento do mundo, com exceção do Brasil e poucos outros países. O jogo online no Brasil é uma atividade que, por não ser regulamentada, inibe a arrecadação legal de cerca de milhões de reais e que poderia ser superior ao que a Caixa Econômica Federal arrecada com algumas loterias.

Segundo o pesquisador da Fundação Getulio Vargas Pedro Trengrouse, as apostas esportivas de brasileiros na internet alcançam hoje US$ 600 milhões, e esta é uma das sugestões que ele levou à reunião para se obter arrecadação para os clubes de futebol brasileiros. Para ele, além dessa medida, outras podem ser obtidas para resolver a insolvência financeira dos clubes, como a isenção de impostos, a utilização da Mega-Sena como referência para o programa de recuperação das dívidas e a criação de uma agência reguladora dos jogos online nos moldes da que já existe na França. "A prática desses jogos já faz parte da economia de muitos países, e muitos governos se utilizam da renda desse mercado para aumentar a arrecadação sem aumentar impostos", ponderou.

A audiência pública para debater possíveis mudanças na Timemania foi o primeiro passo para tornar mais atrativa a loteria, cujas mudanças também já vêm sendo estudadas por um grupo de trabalho da Comissão de Turismo e Desporto que busca alternativas para abater as dívidas dos clubes de futebol com a União, uma vez que a Timemania, criada com este propósito em 2008, revelou-se um fracasso, de acordo com a análise do presidente da Comissão, deputado José Rocha (PR-BA), que, assim como o deputado Deley, foi autor de um dos requerimentos para a reunião de audiência pública que trouxe à Câmara dos Deputados representantes de federações, clubes esportivos, especialistas e a Caixa Econômica Federal, responsável pela operação dos jogos de loteria no Brasil.

"Em 2011 a Timemania faturou apenas R$ 160 milhões, e acredita-se que até o momento só serviram para pagar 10% da dívida dos clubes com o fisco federal", ponderou José Rocha ao sugerir que a loteria até então apenas tirou o Ministério Público do encalço dos clubes.

José Rocha (PR) criticou o reduzido comparecimento de representantes dos clubes de futebol na audiência promovida pela comissão para debater a situação da Timemania. Dos 20 clubes da série A do Campeonato Brasileiro somente Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Fluminense, Grêmio, Internacional, Palmeiras, Santos, São Paulo e Vasco enviaram representantes. O deputado disse que os clubes reclamam do funcionamento atual da Timemania, mas se omitem no momento de buscar uma alternativa. A maioria dos clubes reclama que, mesmo com a arrecadação da loteria, as dívidas estão aumentando em função dos juros cobrados. Estão inscritos na Timemania 80 clubes de todo o país.


Luiz Paulo Pieri
Assessor de Imprensa da CTD
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