Burocracia impede que Brasil tenha mais parques temáticos

A importância dos parques temáticos brasileiros para o nosso turismo e os entraves enfrentados por estes empreendimentos foram temas debatidos, nesta quarta-feira, 19, em audiência pública da Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados
20/10/2016 09h55

Jane Santin

Burocracia impede que Brasil tenha mais parques temáticos

O encontro foi proposto pelo presidente do colegiado, deputado Herculano Passos (PSD-SP). “O impacto dos parques no turismo é imenso, veja o exemplo dos Estados Unidos. Mas o Brasil está engatinhando neste segmento, mesmo apresentando crescimento de 15% ao ano. No entanto, poderia crescer muito mais se tivesse incentivo do governo, principalmente da importação dos brinquedos e redução de impostos para incentivar os investimentos”, opinou o parlamentar.

No país existem 28 parques temáticos, que ajudaram a puxar a economia para cima em 2015: com 17 milhões de visitantes, o setor faturou R$ 1 bilhão. Entretanto, a expansão do negócio esbarra em gargalos domésticos, como impostos elevados e legislação inflexível.

Para o presidente da Embratur, Vinicius Lummertz, é preciso remover os obstáculos para que mais empreendimentos deste tipo sejam instalados no país e para que os já existentes possam se manter ou expandir. “Na medida que você convida o investidor para vir investir e ele tem insegurança jurídica, ele não vem. Então nós precisamos de uma boa legislação trabalhista, que entenda a flexibilidade necessária do turismo, incentivos creditícios razoáveis e um conjunto atrativo para o investidor. ”

Na avaliação de Murilo Pascoal, presidente do Beach Park, no Ceará, com estes gargalos, o setor perde também em inovação. “Qualquer parque tem como obrigação reinvestir. Com isso, os visitantes voltam, a capacidade operacional cresce e a máquina gira de uma maneira positiva”, disse.

Na Amazônia, existe um projeto para a construção do Parque da Biodiversidade. Segundo a presidente da Empresa Estadual de Turismo do Amazonas, Oreni Braga, o governo daquele estado está trabalhando em uma matriz econômica sustentável que atraia investidores. “Esse parque atenderá uma demanda do turista estrangeiro, que é ter um local para estar em contato com as riquezas da Amazônia. Mas, para viabilizar isso, é preciso ter incentivo fiscal e de infraestrutura e segurança jurídica.”

O secretário executivo do Ministério do Turismo, Alberto Alves, por sua vez, disse que a redução dos impostos é prioridade da pasta no Congresso. "É preciso créditos especiais e juros adequados para reformas e novos empreendimentos”. Conforme ele, o Poder Executivo já trabalha junto ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) para reduzir as barreiras da importação.

 

Jane Santin - Assessora de Imprensa