Brasil sobe quatro posições no Índice de Competitividade de Turismo do Fórum Econômico Mundial
Cristina Massari
RIO - O Índice de Competitividade em Viagens e Turismo (ICVT) 2009, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial (FEM), coloca o Brasil em 45º lugar, quatro posições acima de sua última colocação no ano passado. Suíça, Áustria e Alemanha se mantêm à frente do ranking global. Em relação aos demais países das Américas, o Brasil é o quinto colocado. Na primeira edição do índice, em 2007, o Brasil foi listado em 59º lugar. Em 2008, após uma mudança na metodologia subiu para 49º.
Em sua terceira edição, o indicador avalia em cada país a capacidade de estimular o desenvolvimento da indústria do turismo, criando para isso um ambiente capaz de atrair novos investimentos para o setor. A lista com os dez primeiros colocados inclui ainda France (4º), Canadá (5º), Espanha (6º), Suécia (7º), Estados Unidos (8º), Austrália (9º) e Cingapura (10º).
O ranking, que avaliou 133 países em todo o mundo, posiciona o Brasil em segundo lugar na análise de recursos naturais e em 14a posição no quesito recursos culturais, com muitos "patrimônios mundiais, uma grande proporção de terra protegida e a fauna mais diversificada do mundo", segundo o documento divulgado pelo FEM. Segundo a análise dos autores do estudo, esta posição também é sustentada pelo 33º lugar verificado no quesito sustentabilidade ambiental.
O ranking observou que a rede de transporte terrestre continua deixando a desejar, "ainda subdesenvolvida", classificando a qualidade das estradas, dos portos e das ferrovias em 110o, 123o e 86o lugares, respectivamente. A segurança continua sendo um problema bastante sério, colocando o país na 130a posição, depois de África do Sul e Rússia.
Segundo a análise, Brasil 'sofre imensamente por não ter um 'preço competitivo' (91º posição), o que foi atribuído em parte aos impostos altos, destacando as taxas aeroportuárias.
O país também não foi bem avaliado sob os aspectos que importam para abertura de novos negócios para o desenvolvimento do setor (95º posição). Segundo a análise dos técnicos do FEM, pesaram neste quesito o tempo que se leva para abrir um negócio e regras que desencorajam o investimento direto estrangeiro.
O estudo usa uma combinação de dados disponíveis em fontes oficiais, instituições de turismo e especialistas, bem como dados de uma pesquisa feita anualmente pelo Fórum Econômico, além de informações de suas instituições parceiras nos países pesquisados.
O relatório deste ano, intitulado "Gestão em tempos de turbulência" reflete as dificuldades que a indústria do turismo enfrenta e que precisa superar para que o setor se fortaleça no futuro.
Esta preocupação se evidencia na análise feita sobre o impacto dos preços do petróleo na indústria do turismo, a importância do preço do produto para atrair turistas etc.
- Nosso estudo tem o objetivo de medir os fatores que estimular o desenvolvimento da indústria em cada país. O fato de Suíça, Áustria Alemanha, França e Canadá liderarem a lista demonstra a importância de se ter um marco regulatório e um ambiente de negócios favoráveis ao setor, combinados a uma infraestrutura de excelência para transportes e turismo, e ao foco em cultuar os recursos naturais e culturais. Isso tudo consolida um ambiente que estimula o desenvolvimento do setor de viagens e turismo - diz Jennifer Blanke, economista sênior da Rede Global de Competitividade do Fórum Econômico Mundial.
Fonte: O Globo