Brasil quer virar potência Paralímpica em 2016
Segundo informou, as metas estabelecidas pelo Comitê Paralímpico Brasileiro estão sendo cumpridas e o exemplo foram as conquistas do 1º lugar nos Jogos Parapan-Americanos e o 7º lugar nos Jogos Paralímpicos de Londres. Dentro dessas metas ainda estão a conquista do 1º lugar nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto em 2015 e o 5º lugar nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro em 2016.
O presidente do CPB disse aos parlamentares da Comissão que o Brasil se credenciou em Londres para integrar as potências paralímpicas mundiais e um dos fatos marcantes foi a vitória do Alan Fonteles que superou o nome mais famoso do atletismo nas Paralimpíadas de Londres, o sul-africano Oscar Pistorius. Nos 200m, categoria T44, Alan Fonteles, biamputado, ultrapassou Pistorius para ganhar o ouro com o tempo de 21s45, novo recorde mundial, apenas sete centésimos à frente do rival.
"Conseguimos nos tornar uma referência positiva em gestão esportiva. Desenvolvemos projetos e programas para chegar ao sétimo lugar e nosso objetivo foi plenamente alcançado. Estamos falando de pular duas posições, ou seja do 9º lugar em Pequim 2008 para o 7º lugar em Londres. O importante nisso tudo é que em cada posição que se avança é uma potência esportiva que se deixa para trás", ressaltou, acentuando que isso é fruto da determinação e do planejamento do CPB.
Parsons disse que desde 2009, depois que o Brasil ganhou o direito de sediar os Jogos Paralímpicos, foi feito um planejamento até 2016. Cada modalidade tem seu próprio caminho. Cada uma tem seu ritmo de intercâmbio de atletas, treinadores, investimento maior na base e apoio a atletas de ponta.
"Estamos trabalhando para chegar ao quinto lugar no Rio de Janeiro e, para que isso seja possível, é preciso analisar com profundidade nossa atuação nos Jogos de Londres. Avançamos as duas posições almejadas e repetir este feito se tornou muito mais difícil já que estamos atrás apenas das grandes potências paralímpicas que são a China, Rússia, Grã-Bretanha, Ucrânia, Austrália e Estados Unidos.
Questionado pelo deputado Romário (PSB-RJ), autor do requerimento para a realização da audiência Pública, acerca do repasse de recursos da Lei Agnelo/Piva (Lei 10.264/2001) que destina 2% do prêmio pago aos apostadores de todas as loterias federais do país ao COB (85%) e ao Comitê Paralímpico Brasileiro (15%), Andrew Parsons disse não entender a disparidade na distribuição desse recurso e reconheceu que o Brasil está na direção certa nas Paralimpíadas mas que é preciso rever muita coisa como recursos, mais estrutura e mais envolvimento. Ele disse reconhecer que o CPB tem apoio governamental, incluindo ai a parceria acertada com o CNPQ que permitirá fomentar a pesquisa no esporte paralímpico, mas é fundamental também o apoio da iniciativa privada, conforme defende o deputado Romário que critica, com veemência, essa ausência no patrocínio do esporte paralímpico.
Parsons citou como exemplo para a revisão no repasse dos recursos da Lei Agnelo/Piva, o fato de que nas últimas edições dos Jogos Paraolímpicos e dos Parapan-Americanos, a performance dos para-atletas brasileiros não foi longe do desempenho dos esportistas sem deficiência, mesmo com um orçamento bem inferior ao do COB e menos da metade do orçamento de potências paraolímpicas como Estados Unidos e Canadá.
O QUE É O COMITÊ PARALÍMPICO BRASILEIRO?
O CPB tem por metas "exercer a representação legítima do desporto paraolímpico brasileiro", "organizar a participação do Brasil em competições continentais, mundiais e jogos paraolímpicos", "promover o desenvolvimento dos diversos esportes paraolímpicos no Brasil, em articulação com as respectivas organizações nacionais" e por fim "promover a universalização do acesso das pessoas com deficiência à prática esportiva em seus diversos níveis.
Para ficar mais próximo da cidade onde são tomadas as principais decisões políticas do Brasil, o Comitê se mudou para Brasília a partir de 2002. O momento marca também um aumento de investimento nas modalidades paraolímpicas por conta da aprovação da Lei Agnelo-Piva, que gerou fonte de renda permanente para os esportes com pessoas com deficiência e uma ascensão do Brasil no plano internacional.
A primeira edição dos Jogos Paralímpicos foi realizada em Roma em 1960. Naquela época, a estrutura e organização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos eram bem diferentes das atuais. As competições aconteciam em cidades e datas diferentes.
No Brasil, a prática do esporte adaptado foi trazida quase uma década depois da primeira edição dos Jogos Paralímpicos, por pessoas que tratavam suas lesões em hospitais no exterior e que assistiam à prática esportiva de pessoas com deficiência. A primeira participação dos brasileiros em uma competição paradesportiva internacional foi nos Jogos Parapanamericanos de Buenos Aires em 1969.
Em Jogos Paralímpicos, a primeira participação foi em Heidelberg 1972, na Alemanha. A conquista da primeira medalha foi em Toronto 1976, por Luis Carlos da Costa e Robson Sampaio de Almeida na competição de duplas de Lawnballs, uma espécie de bocha na grama.
O Comitê Paralímpico Internacional (IPC) foi criado em 1989. Seu atual presidente é Philip Craven. Cabe ao IPC a chancela dos Jogos Paralímpicos de verão e de inverno, e a supervisão dos campeonatos mundiais.
O CPB foi constituído em 1995. A entidade é o órgão máximo do esporte paraolímpico brasileiro e representante legal do país junto ao IPC. É responsável também pela organização, fomento e participação brasileira nos Jogos Paralímpicos, nos Jogos Parapanamericanos e nos campeonatos mundiais. A sede do CPB está localizada em Brasília.
Luiz Paulo Pieri
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