Brasil e China vão construir novo mapa mundial, prevê líder chinês

01/12/2009 10h00

O presidente do Comitê Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, Jia Qinglin, disse na última semana que a parceria entre Brasil e China, iniciada em 1974, está construindo um novo mapa político mundial. Para Qinglin, os chineses e brasileiros estão unidos pelo mesmo destino, que é o de enfrentar os desafios globais. Além das mudanças climáticas, ele citou a segurança alimentar, segurança econômica e transferência tecnológica.

As observações foram feitas em uma palestra sobre as relações China/América Latina, no auditório Petrônio Portela, do Senado. Qinglin veio a convite do Senado para debater com parlamentares e diplomatas o aprofundamento dos laços de cooperação entre as duas nações.

Qinglin informou que o governo chinês está disposto a compartilhar a experiência da organização dos Jogos Olímpicos com o Rio de Janeiro, que sediará a competição em 2016. Também sugeriu o aumento de bolsas de estudo e viagens de intercâmbio entre os jovens dos dois países. Segundo ele, isso vai proporcionar um conhecimento mútuo que contribuirá para a consolidação da relação.

Na análise do dirigente chinês, a parceria entre a China e os países da América Latina, principalmente o Brasil, deve continuar sendo de "benefício mútuo e crescimento", o que contribuirá não apenas para os desenvolvimento dessas nações, mas de todo o mundo, na construção de uma ordem mundial "justa e equitativa".

Jia Qinglin anunciou a disposição do governo chinês levar para a Conferência do Clima, em Copenhague, no próximo mês, a proposta de redução da emissão de CO2 de 40% a 50% por unidade de Produto Interno Bruto (PIB) até 2020, tendo como base os dados de 2005.

Ele admite que alcançar essa meta é um grande desafio para a China, que é um país ainda em desenvolvimento, mas que demonstra a coragem e firme determinação de seguir o caminho do desenvolvimento sustentável.

A visita oficial, com duração prevista até 30 de novembro, acontece no momento em que a China - desde abril último - tornou-se o principal parceiro comercial do Brasil no mundo, posição até então ocupada pelos Estados Unidos.

Jia Qinglin é um dos mais destacados membros do Partido Comunista Chinês (o quarto na hierarquia do governo) e preside, desde 2002, um organismo consultivo político, o equivalente ao Senado no parlamento brasileiro.

 

Fonte: Informes PT