Árbitros de futebol pedem urgência para a regulamentação da profissão
Além da regulamentação da profissão, o presidente da Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (ANAF), Marco Antonio Martins, destacou que é preciso melhorar as condições de trabalho com a "equivalência de direitos entre árbitros e atletas". O fim do sorteio para escolha de árbitros e a destinação de um percentual da renda do jogo para investimentos em arbitragem foram outras reinvindicações apresentadas durante a audiência pública. "Noventa por cento dos árbitros são contra o sorteio", endossou o ex-árbitro da Fifa Carlos Eugênio Simon, mostrando um cartão vermelho para o sorteio.
Simon também criticou artigo do Estatuto que permite ao torcedor processar o árbitro, em qualquer unidade da Federação, caso se sinta lesado pela atuação do árbitro. "É preciso revogar esse artigo, que só causa transtornos e despesas com as quais os árbitros não podem arcar", reclamou Sandro Meira Ricci, um dos dez árbitros brasileiros da Fifa. Para Simon, nas condições de trabalho atuais, com estresse, desgaste físico e salário baixo, ninguém mais vai querer ser árbitro no Brasil.
A formação de árbitros foi abordada pelo presidente da Comissão de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (Conaf), Sérgio Corrêa da Silva. De acordo com ele, o último curso presencial para árbitros foi realizado em 1997. "Só em 2006 é que se começou a reestruturação da carreira com aportes de recursos que somam ao todo cerca de R$ 2 milhões", disse. Silva informou que em 2010 a CBF qualificou 1.200 árbitros nas 27 unidades da federação.
Os deputados Danrley de Deus Hinterholz (PSD-RS) e Edinho Bez (PMDB-SC) apoiaram as reivindicações dos árbitros. Edinho Bez é autor de um dos projetos de lei que regulamenta a profissão. Jonas Donizette e André Figueiredo se comprometeram a pleitear, inclusive junto ao presidente da Casa, deputado Marco Maia (PT-RS), celeridade na tramitação dos projetos de interesse dos árbitros brasileiros.
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