Anac planeja rever fechamento de Congonhas
O grande número de vôos atrasados podem resultar no fechamento do aeroporto.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) estuda rever os critérios para o fechamento das pistas do Aeroporto de Congonhas em dias de chuva. As operações têm sido suspensas por orientação do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) para que técnicos da Infraero possam medir a lâmina d´água no asfalto, o que tem afetado a pontualidade dos vôos do aeroporto.A pista principal do aeroporto foi fechada pela sexta vez neste mês na última segunda-feira, o que causou um efeito cascata em pelo menos 11 aeroportos. Até o meio-dia, 34% dos 469 vôos que decolaram das principais cidades do país tiveram atrasos registrados.No aeroporto paulistano, houve 34 atrasos, número que chegou a 60 no começo da tarde. No Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, quase todos os vôos que chegavam ou partiam de Congonhas sofreram atrasos. Em um vôo da Gol, houve atraso de quase quatro horas.O presidente da Anac, Milton Zuanazzi, disse que estão sendo estudadas medidas para agilizar o processo de medição do nível de água nas pistas, reconhecendo que, do jeito que está, há dificuldade para realizar as operações. De acordo com ele, técnicos estão avaliando o problema, mas ainda não há prazo para a adoção das mudanças.Militares envolvidos com o controle de tráfego aéreo consideram a norma baixada pela Anac rígida demais, apesar das duas derrapagens registradas nas últimas semanas.
- Não é de hoje que as pistas de Congonhas acumulam água. É claro que operar durante um temporal é arriscado, mas fechar toda vez que chove é excesso de zelo e inviabiliza o funcionamento do aeroporto - declarou um dos oficiais.
A reforma da pista auxiliar de Congonhas deveria começar em 1º de fevereiro, mas foi adiada a pedido das companhias aéreas, que alegam que teriam prejuízos por conta do remanejamento de vôos no período de alta temporada e Carnaval.
O grande número de vôos atrasados nos aeroportos de São Paulo também provoca reflexos em outros aeroportos do país. Depois de um fim de semana em que uma forte chuva causou a interdição de Congonhas, havia pelo menos 60 vôos com atraso em Guarulhos e Congonhas na manhã de segunda-feira. Somando com os atrasos em Brasília, Curitiba, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, o número de vôos atrasados chega a mais de 100.
Às 11h desta segunda, os atrasos registrados em Congonhas e Guarulhos variavam, em média, entre uma e duas horas. Em Congonhas, havia 22 partidas e 22 chegadas com atraso. Em Guarulhos, nove chegadas e 16 partidas estavam atrasadas.
No Rio de Janeiro, o Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim-Galeão tem quatro partidas com atraso. Nas chegadas, são registrados seis vôos com atrasos, que variam, em média, entre uma e duas horas. No Aeroporto Santos Dumont há três atrasos no embarque e três no desembarque.
Em Brasília, há três atrasos na decolagem e outros três no pouso, todos com média de uma hora. O Aeroporto Internacional Afonso Pena, em Curitiba, registra quatro chegadas e três partidas atrasadas. O aeroporto de Belo Horizonte, por sua vez, registra oito chegadas e sete partidas com atrasos.
Fonte: Asas Brasil