Aldo Rebelo fala sobre ações de preparação para Copa e Olímpiadas
Aldo Rebelo disse ainda que, apesar da grande paixão que os brasileiros têm pelo futebol, essa modalidade esportiva ainda é vista com um certo preconceito. O ministro disse que os investimentos feitos no futebol são criticados por muitos, inclusive pela imprensa e citou os projetos de renúncia fiscal aprovados recentemente pela Câmara para diversos segmentos econômicos. "Para a indústria automobilística, é permitido se conceder isenção fiscal, mas para reforma e construção dos estádios, só ouvimos críticas", disse o ministro.
O presidente da Comissão de Turismo e Desporto (CTD), deputado Valadares Filho (PSB-SE), indagou ao ministro do Esporte, Aldo Rebelo, como está sendo feita a escolha das regiões e estados onde serão construídos os centros de treinamentos de atletas para a Copa do Mundo e para as Olímpiadas.
Segundo o deputado sergipano, as regiões Norte e Nordeste, por serem as mais carentes, também devem ser contempladas com centros de treinamentos.
Aldo Rebelo esclareceu que o objetivo do Ministério do Esporte é nacionalizar não só a prática esportiva no Brasil, mas também a Copa do Mundo e as Olímpiadas. "Queremos que o legado deixado por esses eventos esportivos seja um legado nacional", ressaltou o ministro. Segundo Aldo Rebelo, um dos problemas do Brasil são as desigualdades e os desequilíbrios regionais.
Valadares Filho também quis saber como está a implantação do programa Brasil Medalhas 2016, que foi lançado pelo Ministério do Esporte em setembro do ano passado. Esse programa tem como objetivo colocar o Brasil entre os 10 primeiros países nos Jogos Olímpicos e entre os cinco primeiros nos Jogos Paralímpicos no Rio de Janeiro em 2016.
Aldo Rebelo informou que, no último ano, o Ministério realizou um grande trabalho para selecionar atletas com potencial para 2016; também definiu lugares e equipamentos para realização do treinamento desses atletas. Além disso, foi criado o bolsa atleta e o bolsa técnico, com o objetivo de dar aos atletas reais possibilidades de competir.
"Temos preocupação com o legado, mas também com o resultado, como quadro de medalhas", disse Aldo Rebelo.
O deputado Afonso Hamm (PP-RS) reconheceu que o Ministério dos Esportes está com uma agenda positiva bastante intensa com ações concretas de preparação para Copa de 2014 e das Olimpíadas em 2016.
Afonso Hamm indagou ao ministro se há ações do Ministério junto a Fifa para cobrar o repasse de recurso para promoção do futebol, conforme prevê o artigo 29 da Lei nº 12.663, de 2012, a chamada lei geral da Copa. "É preciso investir em centros de treinamentos, pois a formação é o esteio para promoção do futebol", disse Afonso Hamm.
Já o deputado José Rocha (PR-BA) destacou o quanto a atividade turística foi impulsionada na África do Sul após a realização da Copa. Para José Rocha, é visível em todo mundo o retorno que a realização de grandes eventos esportivos proporciona ao país sede.
O deputado Deley (PTB-RJ) também destacou o preconceito que existe em relação ao futebol. Falou que é necessário aprofundar a discussão sobre a
cadeia produtiva dessa modalidade esportiva para se ter em números o impacto que o futebol tem na economia, a fim de vencer esse preconceito.
A deputada Jô Moraes (PCdoB-MG) quis informações sobre quanto o governo federal investiu diretamente na construção dos estádios, pois se ouve muito que estádios não são prioridades. Aldo Rebelo esclareceu que há dinheiro público empregado na construção ou reforma de estádios, o que há é empréstimo do BNDES e que a essa instituição financeira concede empréstimos para diversos segmentos econômicos.
Deputado Asdrubal Bentes (PMDB-PA) registrou que na região Norte há apenas uma cidade-sede, que é Manaus. Destacou que é preciso valorizar o esporte em todas as regiões do país inclusive fora das capitais dos estados.
O deputado Edinho Bez (PMDB-SC) destacou a falha do governo em não investir em campanhas de conscientização da população para quebrar o pensamento de algumas pessoas e de parte da imprensa que falam que a Copa do Mundo é ruim para o Brasil. "Invista em marketing e divulgue e vença esse pessimismo", disse Edinho Bez.