Demissões e precarização do trabalho de terceirizados da Câmara são discutidas na Comissão

Última audiência pública de setembro teve como tema as dificuldades e situação de trabalho dos terceirizados da Câmara
04/10/2017 14h25

Gabriela Korossy

Demissões e precarização do trabalho de terceirizados da Câmara são discutidas na Comissão

Audiência Pública que discutiu a situação de trabalho dos terceirizados da Câmara

Uma audiência pública que discutiu a situação dos trabalhadores terceirizados da Câmara dos Deputados ocorreu na última quinta-feira (28) na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP). O evento, requerido pela deputada Erika Kokay (PT/DF), tratou sobre casos de demissão e baixas condições no trabalho da categoria.

A presidente da Associação dos Trabalhadores Terceirizados do Congresso Nacional, Valdívia Santos, apresentou que os trabalhadores têm sido demitidos sem justificativa, principalmente os que residem no entorno. E que alguns dos terceirizados que trabalham nas recepções não recebem férias há nove anos.

“A gente está passando por coisas absurdas dentro da Casa, com medo de chegar de manhã e, ao invés assinar o ponto, assinar o aviso para ir embora.” relata Valdívia Santos. Sobre as condições de trabalho, a maior dificuldade dos terceirizados está relacionada à questões de saúde. “Está proibido colocar atestado. Se você ficar doente e colocar, no outro dia vai precisar assinar advertência”, explicou a presidenta da associação.

Esses pontos foram também questionados pela presidente do Sindicato dos Empregados de Asseio, Conservação, Trabalho Temporário e Serviços Terceirizados do Distrito Federal, Maria Isabel dos Reis. “O terceirizado contribui para o país como qualquer trabalhador. Ele paga IPTU, paga IPVA, tudo que qualquer trabalhador faz. E por que nós temos que ter o direito diminuído, porque que nós temos que ter o trabalho fatiado?”, indagou a representante.

Rodrigo Britto, presidente da Central Única dos Trabalhadores do DF, relatou que as demissões e dificuldades da categoria dentro da Câmara existem pelos cargos serem utilizados como ferramenta política, e que medidas devem ser tomadas para reverter a situação. “Infelizmente os postos de trabalho são usados como moedas na época eleitoral, e assim há precarização do trabalho”, disse. “É preciso pensar numa possibilidade. Um projeto de lei que permita que os trabalhadores tenham segurança durante as eleições”, concluiu.

A deputada Erika Kokay (PT/DF) explicou que dará entrada a outros processos para discutir melhor a questão dentro da CTASP. “O parlamento deve discutir o que está acontecendo com os terceirizados, esse nível de desrespeito e demissões. Nós vamos apresentar um requerimento para criar uma subcomissão para acompanhar, e vamos solicitar institucionalmente uma reunião com o presidente da Casa para discutir e dar encaminhamento ao assunto”, concluiu a parlamentar.

Também participaram da audiência o deputada federal Luiza Erundina (PSOL/SP), o deputado distrital Chico Vigilante, o Presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações do Distrito Federal, Brígido Ramos, o Vice-Presidente do Sindicato dos Vigilantes, Francisco Nascimento e o Secretário-Geral do Sindicato dos Trabalhadores de Empresas e Órgãos Públicos e Privados de Processamento de Dados, Serviços de Informática, Similares e Profissionais de Processamento de Dados do DF, Edson Corrêa.

Por com Lis Gabriela Cappi.