Comissão discute "Trabalho Decente e Questão Racial"

A Reunião de Audiência Pública foi realizada nesta quinta-feira (12 de abril) no Plenário 12 da Câmara dos Deputados. Estavam presentes representantes do Ministério do Trabalho, Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República, Procuradoria-Geral do Trabalho, Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho, Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho, Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho e Fórum Sindical dos Trabalhadores.
12/04/2012 14h41

O conceito “Trabalho Decente” é definido pela Organização Internacional do Trabalho como garantir a todas as pessoas, oportunidades de emprego produtivo, em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade.

O Brasil, no entanto, ainda enfrenta dificuldades para prover esta condição a toda massa trabalhadora. Mônica Alves de Oliveira Gomes, representante da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República, afirmou que “não é possível promover a igualdade sem combater o racismo”.

Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) explicita que a população de cor de pele declaradamente preta e parda tem menos escolaridade e um rendimento médio equivalente à metade do que é recebido pela população que se declara branca.

Andrea Nice Silveira Lino Lopes, representante da Procuradoria- Geral do Trabalho, indica uma das possíveis soluções. “A diminuição da desigualdade passa, necessariamente, por investimentos em educação e capacitação dos menos favorecidos”, afirmou.

A representante da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho, Noemia Aparecida Porto, sinalizou que o as leis devem ser aperfeiçoadas. “A jurisprudência é precária sobre o trabalho decente. Existe uma zona de indecisão que dificulta o trabalho da Justiça Trabalhista”.

Em 2006, o Brasil lançou a Agenda Nacional de Trabalho Decente (ANTD) para implementar acordo assinado, em 2003, pelo ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e pelo Diretor-Geral da OIT, Juan Somavia.

“A agenda define três prioridades: a geração de mais e melhores empregos, a erradicação do trabalho escravo e do trabalho infantil e o fortalecimento do diálogo social como um instrumento de governabilidade democrática”, lista o deputado.

 

Agenda

Esta reunião faz parte de uma série de debates sobre o assunto que estão sendo promovidos pela comissão. Outros três encontros, propostos pelo Deputado Bala Rocha, já estão agendados:

 - 17 de abril sobre as relações de trabalho na perspectiva das pessoas portadoras de deficiência;

- 24 de abril sobre a erradicação do trabalho infantil;

- 03 de maio sobre o trabalho escravo no Brasil.

 

No mês passado, a comissão debateu o trabalho decente para domésticos.