Reações à vacina do HPV no Acre

A deputada Jéssica Sales (MDB-AC) organizou debate para avaliar casos de reações adversas à vacina do HPV em adolescentes no estado do Acre. Foram estudados pela USP 12 casos, de meninas e meninos com idade média de 14 anos, todos de Rio Branco, estudantes morando com familiares.
01/03/2011 13h30

Liderança do PSD

Reações à vacina do HPV no Acre

Ana Maranhão, da coordenação geral do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde, falou da importância da vacina. “Está em 98 países do mundo, foi inventada por um australiano e um chinês em 1991 e já foi considerada como a primeira vacina de prevenção ao câncer. O MS incorporou a vacina depois de muitas pesquisas e hoje o público alvo são meninas, meninos e imunodepressivos até 26 anos. É uma vacina constantemente avaliada pela OMS e não há nenhuma contraindicação nem evidência a doenças secundárias.”

José Neto, diretor de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da faculdade de Medicina da USP é integrante da equipe que analisou os casos das 12 meninas do Acre. “Havia queixa de dores de cabeça, convulsões e desmaios.” Renato Marchetti, também da equipe, disse que nem todos os adolescentes apresentaram crises epilépticas durante o estudo. “Nos resultados da pesquisa não foram encontradas relação entre a vacina e os casos relatados pelos pacientes.” Inah Proença, também da equipe da USP disse que o que acontece é o estresse associado à vacinação.

Mães de meninas também participaram da audiência. Alita da Silva disse que não concorda com o resultado do estudo da USP. “Fomos mal atendidas pela equipe e quando nos foi dado o diagnóstico, saí de lá arrasada. Quero uma segunda avaliação.” Edilene Conceição, mãe de uma menina que não fez parte do mapeamento reclamou. “Se haviam 56 meninas com os mesmos problemas, porque foram só 12 adolescentes?”

Participaram também dos debates Dilza Ribeiro, representando o Conselho Regional de medicina do Acre e o secretário de Saúde do estado; Renato Kfouri, médico pediatra; Maria Serra, médica pós-graduada em perícia médica e medicina legal pela Santa Casa de São Paulo; e Élcio Machado, médico da Fundação Hospitalar de Minas Gerais.