Durante o debate, o presidente destacou que há aproximadamente 40 projetos de lei tramitando na Câmara dos Deputados, que podem contribuir de forma efetiva na melhoria do quadro atual.

“O governo federal vem trabalhando em ações contra obesidade a exemplo na redução de impostos nos alimentos saudáveis entre outras aqui destacadas pelo Ministério da Saúde. No entanto, há muito por avançar, e o legislativo pode contribuir nesse processo com emendas parlamentares e propostas de lei”, ponderou Dr. Francisco.

Representante do Departamento de Voz das pessoas com obesidade da Associação Brasileira para Estudos da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO), Inara Silva, afirmou que na sua busca por tratamento para obesidade se deparou com grandes dificuldades como acessibilidade, preconceitos de médicos, medicamentos caros e julgamentos na sociedade.

“A minha luta é para garantir tratamento gratuito pelo Sistema Único de Saúde porque é nosso direito. A minha dúvida é por que tanta dificuldade de adquirir o tratamento farmacológico para obesidade pelo SUS já que a obesidade é uma doença crônica”, questionou a ativista.

A representante da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Cristiane Moulin, frisou que a obesidade, diferentemente do que as pessoas pensam, não é uma questão de comer menos e se exercitar mais. Para ela, é necessário avançar no cumprimento das leis sobre publicidade direcionada ao público infantil e de maior tributação de alimentos prejudiciais entre outras ações importantes nesse cuidado com pessoas com obesidade.

Também palestraram o assessor do Departamento de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Rodrigo Cariri Chalegre; e o representante do Instituto Cordial e do Painel Brasileiro da Obesidade (PBO), Luis Fernando Villaça Meyer.

O debate contou ainda com as presenças dos deputados federal Flávia Morais (PDT/GO), Dr. Luiz Ovando (PP/MS) e Jorge Solla (PT/BA). 

Dados

Conforme os dados mais recentes da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), aproximadamente 26% dos adultos brasileiros são afetados pela obesidade, percentual que sobe para 60% se considerarmos também aqueles com excesso de peso. No caso das crianças, a prevalência de obesidade ou risco de desenvolvê-la era de aproximadamente 34% em 2020, podendo chegar a 50% em 2035 caso nenhuma medida seja tomada para reverter essa tendência.  Do ponto de vista econômico, estima-se que os gastos relacionados à obesidade no Brasil tenham atingido R$ 46 bilhões em 2019, segundo a Federação Mundial da Obesidade.