Parkinson: participantes e convidados exigem políticas de assistência à doença pelo SUS
Coronel Patto convive com a doença de Parkinson há 25 anos. Sua rotina já inclui profissionais de saúde e um rol de medicamentos para controlar os tremores. “Passei pelas fases da negação, da revolta, da depressão, e agora estou na fase de aceitação. A doença continua avançando e há momentos em que eu não tenho controle, o que afeta o meu orçamento”, relatou o coronel. Atualmente, ele dedica seu tempo na presidência da Associação Parkinson Brasília e não foi o único a contar suas experiências em audiência pública na manhã desta quinta-feira (27), no plenário da Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF).
Além de trazerem depoimentos técnicos e emocionados da doença, convidados e participantes fizeram seus apelos aos parlamentares para aprovar propostas que visem a melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Entre elas estão a isenção de ICMS para a importação de marcapasso, políticas de assistência para o tratamento dos debilitados e facilitação para a cirurgia DBS, específica no combate aos sintomas do Parkinson.
Projeto de assistência
A CSSF recebeu recentemente o Projeto de Lei (PL) 2428/2015 que exige a organização de programas de amparo para pessoas com perda de autonomia. Nesse caso, pessoas que sofrem com o alto grau de Parkinson estão inclusas. Autor do projeto, o deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG) presidiu a audiência e comentou que a proposta pode ser essencial para a qualidade de vida dessas pessoas.
O Mal de Parkinson ocorre devido à diminuição de pelo menos 60% da dopamina, substância que controla os movimentos do corpo humano. As causas do problema ainda não foram efetivamente encontradas. A doença acomete em maior parte aos maiores de 65 anos, ou seja, está atribuída à terceira idade.
De acordo com a coordenadora de Saúde da Pessoa Idosa do Ministério da Saúde (MS), Maria Cristina Hoffman, idosos representam 15% da população brasileira. “O entendimento de envelhecimento, com todas as características implicadas, significa uma qualidade de vida da humanidade. Contudo, é indispensável avaliar como podemos aperfeiçoar ações e programas já desenvolvidos e que podem ofertar uma atenção integral”, disse a coordenadora.
Também foram convidados o médico Nasser Allan, da Academia Brasileira de Neurologia e os presidentes de diversas Associações Samuel Grossman (SP), Milton Ferraz Henemmam (RS) e Ana Maria Bernardes (PR). A audiência pública foi requerida por Eduardo Barbosa, e subscrita pelos deputados Darcísio Perondi (PMDB-RS), Raquel Muniz (PSC-MG) e Conceição Sampaio (PP-AM).