Oncologia: modelo de saúde pública é discutido em audiência
Os gastos do Sistema Único de Saúde (SUS) para a área de oncologia aumentaram em 357% nos últimos 14 anos. Apesar de superar a inflação, isso não significa que o Brasil ampliou a sobrevida dos pacientes. Quem dividiu tal opinião foram convidados para a audiência pública na manhã desta terça-feira (25).
Para o diretor geral do Instituto do Câncer (Inca), Paulo Eduardo Mendonça, ainda faltam à população medidas de detecção precoce do câncer tais como a realização de exames para localizar o tumor ainda cedo e cuidados paliativos. Nesse último caso, seria um complexo emaranhado de medidas que refletem na qualidade de vida – o que inclui exercícios físicos, alimentação saudável e garantia de atendimento básico. “Não dá para pensar em combate ao câncer sem pensar nesta segunda agenda que é de responsabilidade desta Casa, não do Inca”, disse Mendonça.
Proadi
Com um discurso considerado pelos parlamentares como “corajoso”, o diretor geral do Hospital do Câncer de Barretos, Henrique Prata, mostrou-se indignado com decisões do Estado que apenas colaborariam para a desigualdade da distribuição de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). “As leis são perversas e injustas neste país”, aclamou o diretor. Um dos alvos de sua reclamação foi o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi). A parceria entre o Ministério da Saúde (MS) e as entidades de saúde portadoras do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social em Saúde (CEBAS-SAÚDE) é regulamentada pela Lei Federal nº 12.101, de 27 de novembro de 2009. Segundo Prata, o projeto dá vantagens aos cadastrados em detrimento a outras unidades de saúde.
Também esteve presente a representante da Coordenação Geral de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas do Ministério da Saúde (MS), Heide Gauche. A audiência pública foi presidida pelo deputado Antônio Jácome (PMN-RN), e realizada após a aprovação de requerimento de sua autoria e subscrito pelos Deputados Adelmo Carneiro Leão (PT-MG), Leandre (PV-PR) e Carmen Zanotto (PPS-SC).