Novo conceito de família é questionado por palestrantes em Seminário de Valorização da Vida
Convidados do Seminário de Valorização da Vida acreditam que a mudança do conceito de estrutura familiar foi uma forma de controle populacional no século XX, principalmente dos países subdesenvolvidos. O evento iniciou nesta terça-feira (8) e vai até quarta-feira (9) no auditório Nereu Ramos, na Câmara Federal.
Para o padre Paulo Ricardo Azevedo, o núcleo familiar passou por seu completo questionamento após influência de grandes “instituições meta-capitalistas” estadunidenses, como a Rockfeller e a Ford, com o objetivo de reduzir a natalidade no mundo. “Eles quiseram mudar artificialmente a complementariedade entre homem e mulher. Porque a ideia de homem com mulher é natural. Agora homem pode ficar com homem e mulher com mulher”, argumentou o sacerdote. “O que há por trás é um grande projeto de engenharia social com a finalidade de descompor aquilo que é a célula básica, que é a família”, concluiu. Para os convidados, estimular a questão do que, para eles, seria um suposto empoderamento feminino ou até mesmo a ideia da homossexualidade, entre outros discursos do século, serve como meio de reduzir a reprodução no mundo.
ONU e aborto
Já a historiadora Fernanda Takitani, do Observatório Interamericano de Biopolítica, acredita que o aborto foi um pensamento imposto pela comunidade internacional aos países ainda proibitivos por meio da Conferência de Cairo (1994), da ONU, como parte do pacote de direitos reprodutivos da mulher. Apesar de recomendações para legalizar o interrompimento da gravidez em condições irrestritas nos países latino-americanos, estes ainda são punitivos quanto à questão. Takitani também foi a protagonista da palestra pela manhã, que trouxe informações sobre a relação do planejamento familiar e a política americana.
O evento também contou com explanações da odontóloga e mestranda em saúde pública Isabela Mantovani, que trouxe dados a respeito do aborto no mundo e questionamento sobre as estimativas do aborto clandestino no Brasil. As mesas da tarde foram presididas pelos deputados João Campos (PSDB-GO), Givaldo Carimbão (PROS-AL) e Keiko Ota (PSB-SP).