Que tal a ideia de unir, em apenas uma audiência, informações sobre doenças acometidas em homens ou em mulheres e entender como o casal e a família podem ser afetados? A iniciativa foi do I Fórum Nacional de Saúde do Casal nesta quinta-feira (8), promovido pela Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF).

Palestras focaram tanto nas Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) quanto na saúde do homem e nos aspectos psicológicos do casal diante de uma doença do cônjuge.  Segundo o deputado Jorge Silva (PROS-ES), que presidiu a iniciativa, uma revisão da literatura indicou muitos estudos sobre a saúde do casal.  “O primeiro fórum foi extremamente positivo e tivemos a oportunidade de fazer essa abordagem e ver que existe este espaço onde podemos ouvir os impactos que existem tanto do ponto de visto psicológico, social e econômico quando temos um dos membros dos casais com algum tipo de patologia”, declarou o deputado à CSSF.

A Diretora Adjunta do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde (MS), Adele Benzaken, tratou das diversas Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISF). Ela abordou, também, o estigma social dessas doenças e em como isso prejudica a comunicação entre os conjugues. “O indivíduo tem receio enorme de revelar aos seus parceiros sexuais. A consequência é a pessoa não procurar o serviço de saúde e nem comunicar o parceiro”, declarou a diretora. Segundo pesquisa divulgada por Benzaken, 30,3% das vítimas de ISF sofreram violência após o diagnóstico, seja física (5,9%), psicológica (27,6%) ou sexual (7,2%).

De acordo com o urologista e representante da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), Rômulo Maroccolo Filho, as respectivas esposas dos homens adoentados são as que oferecem maior apoio emocional e físico. Ele pontuou a disfunção erétil como um dos problemas que pode acarretar em problemas para o casal. Tal questão, que afeta pelo menos 45% dos homens segundo o urologista, está diretamente ligada à saúde geral do indivíduo. "A ereção é o marcador da saúde do homem. Quanto melhor a ereção dele, maior é a sua saúde. Disfunção pode anteceder em dois anos a incidência de derrame", alertou Rômulo.

Representando o Conselho Federal de Psicologia, a profissional Mariza Monteiro comentou sobre as dificuldades de contornar momentos delicados do casal e da família quando um dos cônjuges é afetado por alguma doença. O câncer foi citado pela psicóloga. “O câncer coloca a família diante da finitude da vida e do luto. Se a família dialoga, ela consegue melhor superar”, aconselhou a profissional.

Assista às palestras aqui.