Deputados questionam diretor do Ministério da Saúde sobre casos de microcefalia

O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde (MS), Cláudio Maierovitch, foi presença em reunião deliberativa desta quarta-feira (18)
18/11/2015 11h15

Antonio Augusto/Câmara dos Deputados

Deputados questionam diretor do Ministério da Saúde sobre casos de microcefalia

Depois de confirmar que há fortes indícios na relação entre os casos de microcefalia na região do nordeste e a doença Zika, o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde (MS), Cláudio Maierovitch, foi sabatinado por parlamentares em reunião deliberativa desta quarta-feira (18). Deputados questionaram quais seriam as efetivas ações do MS no controle e combate ao problema, e quais são as perspectivas futuras do órgão.

O deputado Osmar Terra (PMDB/RS) sugeriu a criação de um Comitê de Crise para apressar políticas em uma situação de emergência de saúde pública, como a estabelecida neste momento. A proposta foi apoiada também pelo deputado Zeca Cavalcanti (PTB-PE). Já Jorge Solla (PT-BA) se mostrou receoso quanto à recomendação oficial da pasta para as mulheres adiarem a gestação. Também participaram do diálogo Carmen Zanotto (PPS-SC), Darcísio Perondi (PMDB-RS), Mandetta (DEM-MS), Arlindo Chinaglia (PT-SP), Raquel Muniz (PSC-MG), Pompeo de Mattos (PDT-RS) e Odorico Monteiro (PT-CE).

Em resposta aos pronunciamentos, Cláudio Maierovitch informou que a doença Zika envolve conhecimento pouco abrangente por carecer de ampla literatura científica. Por conta disso, as atividades de prevenção, acompanhamento e investigação epidemiológica visam neste momento a diminuir as consequências da doença. Quanto à recomendação às mulheres, o diretor foi enfático. “Acreditamos na possibilidade de que algumas ações de prevenção dirigidas para as gestantes podem ser mais eficazes que as dirigidas a população geral”, disse. Os deputados não deixaram de reiterar o dever da União de apoiar as crianças nascidas com microcefalia e suas mães. Para mais sobre a sabatina, acesse aqui.    

 

Sobre o Caso*

A microcefalia não é uma “doença” nova. Em geral, a malformação congênita está associada a uma série de fatores de diferentes origens. Pode ser o uso de substâncias químicas durante a gravidez, como drogas, contaminação por radiação e infeccção por agentes biológicos, como bactérias, vírus e radiação. Entretanto, ainda não há uma explicação definitiva para o aumento repentino dos casos nos municípios pernambucanos nos últimos meses, que levou a região a decretar estado de emergência.  Até o momento, foram notificados 399 casos da doença em recém-nascidos de sete estados da região Nordeste, sendo 268 em Pernambuco. 

Além de criar um protocolo de notificações a atendimento a mães e bebês,  a secretaria conduziu uma investigação minuciosa para descobrir as causas do “surto”, que incluiu  os dados dos prontuários das gestantes e visitas às casas das mães para colher o maior número de informações possíveis.

Cláudio Maierovitch declarou nesta semana que atualmente existe uma forte relação entre a circulação do Zika vírus e a ocorrência de casos de microcefalia. De acordo com ele, resultados de exames feitos em dois fetos com microcefalia mostraram que as gestantes foram infectadas pelo Zika. Segundo ele, os testes foram feitos por anminiocentese, quando o líquido amniótico é retirado do abdome da mãe. A mesma teoria foi reforçada em palestra aos deputados nesta quarta-feira.

 

* Material adaptado de Redação da Agência Brasil (EBC).