Alimentação saudável nas escolas

Requerimento do deputado Jorge Solla (PT-BA) possibilitou a discussão sobre alimentação saudável nas escolas. O deputado Ricardo Barros também participou da mesa de debates.
01/03/2011 13h30

Liderança do PSD

Alimentação saudável nas escolas

Nancy Aguiar, vice-presidente do Conselho Federal de Nutricionistas, disse que 1/3 das crianças brasileiras estão acima do peso e 1/7 são obesas. A projeção para 2022, é que 46,5% dos meninos entre 5 e 9 anos sofram com a doença. Nancy explicou que os brasileiros estão diminuindo o consumo de alimentos básicos e aumentando o consumo de ultra processados. “Lanchonetes nas escolas são muitas vezes ambientes que chamamos de obesogênicos”.

Virgínia Weffort que é médica e membro da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) falou sobre a importância do hábito alimentar saudável na primeira infância. “Quando a criança vai para a creche, ela ingere uma série de produtos diferentes. Os grandes vilões são o suco artificial e o refrigerante”. Laura Ohana Marques também da SBP explicou os diferentes tipos de alimentos, seus benefícios e malefícios. “Depois que uma criança é apresentada a um salgadinho com hipersabor, dificilmente ela vai gostar de fruta, por exemplo”.

Desirée Ruas, do movimento BH pela Infância alertou que é preciso defender as crianças do marketing abusivo. “A quem interessa manter alimentos ruins em ambiente escolar? A infância é a parte mais importante da vida de um ser humano. Não adianta fazermos um trabalho de conscientização em sala de aula se depois a criança tem acesso a alimentos nocifos durante o recreio”.

Patrícia Gentil, do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) apresentou estudos recentes demonstrando o impacto da obesidade infantil no mundo. “Todos os estudos mostram que é preciso criar políticas públicas para controlar esse mal. As normas que o Brasil tem hoje não são suficientes”.

Paula Johns, diretora executiva da ACT promoção da Saúde disse não entender o porquê de projetos que tratam o tema estarem parados há anos no Congresso. “Como colocar a responsabilidade nas costas dos pais quando não conseguimos regular o ambiente escolar? Precisamos do Legislativo para isso”.