O parlamentar da Grã-Bretanha, Nick Herbert, é um grande defensor do investimento em pesquisa para a criação de antibióticos mais efetivos no combate à tuberculose. Ele reiterou o seu pedido para os parlamentares brasileiros apoiarem a causa em audiência pública desta quinta-feira (8) promovida pela Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF).

“Combatemos a tuberculose com remédios obsoletos e formulados há 50 anos. Quando doente, você precisa tomar antibióticos durante o período de nove meses. Mas o que ocorre? As pessoas acabam parando de tomar porque se sentem melhores ou porque já estão debilitadas demais. Então a resistência a esses medicamentos ocorre e ela é muito perigosa”, disse o também co-presidente do grupo parlamentar All Party on Global Tuberculosis. Ele prevê que, se a situação continuar até 2050, pelo menos 75 milhões de pessoas no mundo morrerão por conta dessa resistência.

O grupo britânico Review on Antimicrobial Resistence estima o investimento mundial que varia entre $ 16 e $ 37 bilhões para a ajuda na fabricação de 15 novos antibióticos. Isso, segundo o grupo, evitaria o prejuízo futuro de $ 17 trilhões por conta dos óbitos decorrentes da doença até 2050.

A distribuição de forma gratuita e democrática pelo Estado à população enferma, além de melhoria da infraestrutura pública para a prevenção, foi defendida pelo deputado. Em 2014, na 45ª Conferência Mundial sobre Saúde Pulmonar na Espanha, parlamentares de todo o mundo assinaram a Declaração de Barcelona com o compromisso de promover ações que mobilizem o combate à tuberculose. O presidente da CSSF e da Frente Parlamentar da Luta Contra a Tuberculose, Antônio Brito (PTB-BA), é um dos signatários. Brito presidiu a audiência e reafirmou a dedicação do seu mandato à luta contra a doença.

Campanha do Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde (MS), na pessoa de Antônio Nardis, divulgou a campanha lançada no último dia 1º. Com o lema “Tuberculose: Testar, Tratar, Vencer”, a ação é protagonizada pelo zagueiro da seleção brasileira Thiago Silva, diagnosticado em 2005 quando jogava no Dínamo de Moscou. De volta ao Brasil, seu tratamento foi realizado no Sistema Único de Saúde (SUS). Agora, Silva veiculará seu rosto em outdoors, TV e rádio no período de um mês para alertar a população sobre a tuberculose.

“O setor saúde sozinho, de fato, não vai vencer doenças ainda determinadas pela pobreza. São doenças tidas como negligenciadas e se vemos ainda países desenvolvidos registrando casos de tuberculose, transmissão e óbitos, não seria diferente no Brasil apesar dos esforços que o governo brasileiro tem feito”, disse Antônio Nardis. Também foi convidado o representante adjunto da Opas/OMS no Brasil, Luis Codina.