Seminário debate o Mercosul e Unasul

No primeiro painel do Seminário ‘Política Externa Brasileira: Desafios em um mundo em transição”, o tema “O Mercosul e a Unasul: Desafios para o Aprofundamento da Integração Sul-Americana” foi aberto pelo ministro Marco Aurélio Garcia, Assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República. “Depois do colapso do sistema bipolar e o posicionamento unipolar dos Estados Unidos, começamos a assistir o desenho de um mundo que poderíamos chamar de multipolar. Aí, o Brasil tomou a decisão de não querer ser um pólo econômico-político por si só, mas, ao contrário, quer formar um pólo com os outros países da América do Sul. Daí a o surgimento e a importância da Unasul e o Mercosul”, afirmou o ministro. Ainda segundo Garcia, é necessário entendimento maior sobre as duas instituições da América do Sul que, na verdade, “são duas formas convergentes de integração regional”.
18/09/2012 19h55

Foto: Richard Silva

Seminário debate o Mercosul e Unasul

O embaixador Simões abordou as transformações sofridas pela região e que deram fôlego para se chegar ao processo de integração, representando pela Unasul e pelo Mercosul. . “O mundo de hoje é bem diferente de 20 anos atrás. Os EUA ainda estão na ponta, mas hoje em dia o poder de intervenção deles não é mais como foi. A Europa também: a crise está instalada, o modelo está em cheque. A locomotiva do mundo não está mais nos países ricos, está no mundo emergente, e a América do Sul é um dos palcos dessa nova locomotiva”, defendeu o embaixador. Ainda segundo Simões, “em 2030, 50% do produção mundial estará exatamente nos países emergentes”.

Para os palestrantes, as alavancas dessa integração são representadas pela transformação do grande contingente populacional pobre em massa populacional com poder econômico. Além disso, vários países da América do Sul tornaram-se credores e não mais devedores de instituições financeiras internacionais. O potencial energético da região, principalmente a capacidade petrolífera de Brasil e Venezuela, comprovam a importância da região em um mundo ávido por recursos energéticos. “O Brasil, por exemplo, que nos anos 80 não tinha petróleo, vai se colocar entre os 10 primeiros produtores do mundo, depois da descoberta do Pré-Sal”.

Também estavam presentes na mesa do painel, a presidenta da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados, deputada Perpétua Almeida (PCdoB/AC), e o Chefe da Missão do Ipea em Caracas, Pedro Barros.