Seminário aprofunda discussões sobre os rumos da política externa brasileira
A deputada Perpétua Almeida (PCdoB/AC), presidenta da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN), em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), reuniu mais de 800 pessoas - parlamentares, ministros, estudantes, embaixadores, professores, representantes do governo federal e especialistas em Relações Exteriores – para debater as transformações em curso no cenário internacional e dos desafios e oportunidades que se colocam para o Brasil.
O seminário “Política Externa Brasileira: Desafios em um mundo em transição”, realizado nos dias 18 e 19, teve seis painéis de debates e contou com a presença do ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, e o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia.
Na abertura, a presidenta da CREDN, deputada Perpétua Almeida, idealizadora do seminário, lembrou a importância da participação da sociedade civil e do Parlamento nas discussões sobre a política externa brasileira.
“Há um vácuo no debate com a sociedade. Há mais de dez anos o Congresso Nacional não promovia um evento como este. O Brasil, por ser um líder político e um gigante econômico, necessita desse posicionamento. Nosso objetivo maior é mostrar o que nós pensamos sobre todos os assuntos que o mundo traz à tona todos os dias nas relações internacionais”, afirmou ela. Ainda segundo Perpétua, “precisamos ser um país que se defende, um país que cresce, mas que semeia laços de progresso e de paz com o mundo”.
O ministro Antonio Patriota explorou diversos fatos e acontecimentos que permeiam a diplomacia brasileira. “Hoje, nos distinguimos do resto do mundo porque possuímos crescimento econômico e estamos distantes de grandes conflitos, mas jamais podemos estar alheios a estas situações de países irmãos. Nossa vontade é de ajudar em todos os processos”, afirmou Patriota.
No primeiro painel do seminário, o tema “O Mercosul e a Unasul: Desafios para o Aprofundamento da Integração Sul-Americana” foi aberto pelo ministro Marco Aurélio Garcia. “Depois do colapso do sistema bipolar e o posicionamento unipolar dos Estados Unidos, começamos a assistir o desenho de um mundo que poderíamos chamar de multipolar. Aí, o Brasil tomou a decisão de não querer ser um polo econômico-político por si só, mas, ao contrário, quer formar um polo com os outros países da América do Sul. Daí o surgimento e a importância da Unasul e o do Mercosul”, afirmou o ministro.
Segundo Garcia, é necessário entendimento maior sobre as duas instituições da América do Sul que, na verdade, “são duas formas convergentes de integração regional”.
Os temas do seminário foram A Política Externa Brasileira no Atual Contexto Geopolítico Internacional; O Mercosul e a Unasul: Desafios para o Aprofundamento da Integração Sul-Americana; O Contexto Geopolítico Internacional e os desafios à Política Externa Brasileira; Crise e Reforma do Sistema Financeiro Internacional; Brasil e a Geopolítica da Energia; O Brasil e a Cooperação Internacional para o Desenvolvimento e Ascensão da China: desafios para o Brasil.