Rio +20 ajudará a definir sistema de segurança para grandes eventos

As ações de segurança e inteligência adotadas durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, ajudarão no desenvolvimento do plano estratégico e operacional das forças de segurança brasileiras para os eventos posteriores que serão sediados pelo Brasil, como a Copa do Mundo, em 2014, e as Olimpíadas em 2016. O anúncio foi feito hoje, durante audiência pública da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso, com a participação da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, que discutiu a Política de Inteligência Nacional.
24/04/2012 15h45

Foto: Beto Oliveira, Agência Câmara.

Rio +20 ajudará a definir sistema de segurança para grandes eventos

Segundo o subchefe de Operações da chefia de Preparo e Emprego do Ministério da Defesa, Major-brigadeiro-do-ar Gerson Nogueira de Oliveira, a Rio+20 será um legado para outros eventos. “As Forças Armadas, Estado e Prefeitura do Rio estão trabalhando em integração. Uma integração que nunca houve entre as forças de segurança. As ações adotadas na Rio+20 serão um legado para os próximos eventos e para o País”, disse.

O diretor do Departamento de Integração do Sistema Brasileiro de Inteligência da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Carlos Alberto Ataíde Trindade, apresentou a estratégia do órgão para garantir a segurança nos grande eventos.  Segundo ele, a estrutura apresentada na Rio+20 permanecerá para outros eventos. “Nenhum país trabalha sem um bom sistema de inteligência”, destacou.

Carlos Trindade destacou que um possível ataque de “hackers” durante os grandes eventos a serem realizados no Brasil é hoje uma das principais preocupações do Sistema Brasileiro de Inteligência. “Estamos trabalhando junto à coordenação de segurança para a Rio+20. Teremos uma conferência no Brasil de proporções gigantescas e com grandes inovações tecnológicas e estamos atentos a possibilidade de ataques cibernéticos. Não podemos pensar só em ataques a pessoas, um ataque desses pode acabar com o evento e disseminar o pânico”, disse.

O assessor de Relações Institucionais da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça, José Gomes Monteiro Neto, lembrou que o Brasil já realiza grandes eventos, mas que é preciso aprimorar nossa política de inteligência e segurança.

José Monteiro Neto destacou que a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em 2013 no Rio de Janeiro, será um evento importante, que tem previsão de reunir mais de 3,5 milhões de peregrinos estrangeiros. “Devemos trabalhar para identificar ameaças e vulnerabilidades do país”.

Deputada defende participação do Congresso nas Atividades de Inteligência

A presidenta da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso Nacional, deputada Perpétua Almeida (PCdoB/AC), defendeu, durante o primeiro painel de discussão sobre Política de Inteligência Nacional para Grandes Eventos, que o parlamento brasileiro deve dar maior atenção às atividades de inteligência.

Perpétua Almeida defendeu, também, que o Congresso vote a legislação pertinente ao tema com agilidade. “Democracia nenhuma pode abrir mão da inteligência nacional. Esta audiência é o marco inicial para uma série de debates que devem ampliar e fortalecer as discussões sobre o tema”, ressaltou.

Segurança Nacional nas fronteiras

A proteção das fronteiras brasileiras também faz parte do plano estratégico de segurança nacional do Ministério da Justiça. Segundo o assessor de Relações Institucionais da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça, José Gomes Monteiro Neto, várias serão as ações desenvolvidas para fortalecer as fronteiras brasileiras.

José Monteiro Neto explicou, ainda, que a atividade de inteligência brasileira na Copa do Mundo será desenvolvida em três grandes pilares: ameaças externas, segurança de portos, aeroportos e fronteiras e, por último, segurança e estabilidade interna.

Participação da Sociedade Civil

Durante a audiência pública da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência, deputados e palestrantes discutiram a importância da capacitação de pessoal e da participação efetiva da sociedade civil nos grandes eventos.

O consultor legislativo do Senado Federal, Joanisval Brito Gonçalves, defendeu a integração entre todos os órgãos de segurança. “O Brasil é a grande vitrine do momento e vai se apresentar para o mundo. Vamos ser avaliados na nossa capacidade de garantir segurança. Não somos alvos de nenhum grupo terrorista, mas iremos receber várias autoridades que são alvos ”, disse.

A deputada Jaqueline Roriz (PMN/DF) cobrou mais informações sobre o programa de inteligência nacional. “Precisamos divulgar e saber mais do projeto de segurança para os grandes eventos”. Já o deputado Alfredo Sirkis (PV/RJ) destacou sua preocupação com a segurança diante de ataques terroristas. “É fácil agir no Brasil, infelizmente somos vulneráveis. Existe a eminência de conflitos entre Israel e Irã e isso deve ser uma preocupação do Brasil. É preciso identificar as ameaças e analisar as possibilidades”.

 

Vanessa Marques, Ascom da CREDN